Santinho(s) – muitos apenas no papel…

Apesar dos bombardeios pela internet e mídias anti/sociais, a campanha eleitoral ainda conta com a distribuição de pequenos folhetos badalando candidatos

Tempos atrás, para a alegria das gráficas, durante a campanha eleitoral era comum topar com alguém na rua distribuindo pequenos folhetos (os chamados santinhos) indicando em quem você deveria votar. Isso, ou então, encontrar em lixeiras ou terrenos baldios um montão de folhetos, que o encarregado da distribuição, depois de receber a grana do candidato, tratava de descartar às escondidas.  

– Já fiz o serviço. Distribui todos os folhetos…  

– Ótimo! Amanhã vai ter mais.  

E o santinho foi parar até no Aurélio, o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, mais conhecido como Dicionário do Aurélio ou simplesmente Aurélio, que, lançado em 1975 e, esgotada a edição (mais de um milhão de exemplares), mereceu uma segunda edição em 1987.  

O santinho, segundo o Aurélio:  

– No contexto da política partidária, santinho é uma propaganda impressa com informações como nome do candidato e seu número, distribuída nas vésperas de uma eleição, meio boca de urna. O nome santinho aparentemente vem de uma prática relacionada à Igreja. Antigamente os padres distribuíam pequenos papéis com imagens coloridas de santos, que passaram a ser chamados de santinhos.  

E o Dicionário Houaiss, como o Aurelião, ratificaria que rubrica significa assinatura abreviada de alguém ou uma pequena anotação. Rubrica: pequeno prospecto de propaganda eleitoral com retrato e número do candidato a cargo público. Era (e continua sendo) importante porque o eleitor não vai precisar anotar o número do candidato.  

Ainda sobre santinhos, temos o Santinho do pau oco: pessoa que aparenta ser muito correta, mas na verdade não é; trata-se de um dissimulado, um fingido. Na gíria, um tremendo cara de pau.  

Campanhas pelo mundo  

Sobre política e campanhas de eleitorais, breves registros:  

– Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.  

Otto Von Bismarck (Otto Eduard Leopold von Bismarck-Schönhausen), o chanceler de ferro da Alemanha do século XIX.  

– A campanha não é para fazer pegadinha ou casca de banana, é para discutir as coisas com seriedade. Não é para resvalar para o vale-tudo.

Marina Silva.  

– A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado.  

Eduardo Galeano.  

Um voto é como um rifle, sua utilidade depende do caráter do beneficiado.  

Theodore Roosevelt – o Teddy (para os íntimos).  

A face oculta (ou que era ocultada)  

Já que falamos do Teddy: recentemente, o Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, fundado em 1869, requereu a remoção da estátua de Theodore Roosevelt. Motivo: “Apresenta explicitamente negros e indígenas como subjugados e racialmente inferiores”. A solicitação do museu recebeu total apoio.  

Até Theodore Roosevelt IV, bisneto de Roosevelt e administrador do museu, concordou com a decisão.  

– O mundo não precisa de estátuas, relíquias de outra época, que não refletem os valores da pessoa que desejam homenagear nem os valores de igualdade e justiça.  

PS: E, ainda sobre os santinhos: diante de certos candidatos, há quem diga que alguns deles deveriam estar naqueles cartazes de faroeste “Procura-se vivo ou morto”.

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