Zelo: O que Greca precisa para afastar a presidente da FAS?

Maria Alice Erthal já foi gravada defendendo usar a Guarda Municipal para assustar a população de rua e agora foi pega sem tomar medidas contra instituição acusada de agressão contra autistas

A presidente da Fundação da Ação Social (FAS), Maria Alice Erthal, tem um trabalho cuja descrição é muito simples: é dela a função de zelar (para usar a palavra preferida da gestão Greca) pelas populações vulneráveis de Curitiba. Mas no cargo já foi gravada recomendando usar a Guarda Municipal para causar “medo” em moradores de rua. Agora, sob a batuta dela está um convênio da FAS com uma instituição acusada de maltratar crianças autistas.

Nada disso, porém, persuadiu o prefeito Rafael Greca (PSD) a removê-la do cargo. Greca está ignorando solenemente a situação e mantendo Erthal no cargo, uma decisão que permite ser interpretada como apoio do prefeito as ações da presidente da FAS. Ou, no mínimo, não considera a falta de zelo com a população de rua e crianças em situação de risco um falha funcional muito grave.

Talvez ele esteja esperando que Erthal mostre ‘zelo’ em outras áreas sob a tutela dela, como a população idosa, crianças e adolescentes, famílias de baixa renda. Mas não vamos esquecer que os dois exemplos extremos acima não são únicos. Maria Alice lidera uma FAS cujos abrigos para população desabrigada tem surtos de insetos.

O que quer que Greca esteja esperando, ele não está sozinho. Na Câmara Municipal os únicos a reagir contra a incompatibilidade de Erthal com o atendimento da população vulnerável são os parlamentares da pequena bancada de oposição da Casa. Os demais vereadores, como é de praxe, se submeteram às ordens de Greca e agem como se estivesse tudo bem.

Após fala criminosa, vereadores aliviam para presidente da FAS

É meio desalentador, porém, saber que a suspeita de agressão contra crianças não causa nenhuma revolta na galera “defensora da família” que ocupa a Câmara. Aquele pessoal que ficou TÃO revoltado porque o Renato Freitas entrou numa igreja aberta. Mas crianças autistas agredidas? Ok, sem problemas.

Na realidade essa situação é mais amostra de como as pessoas com deficiência parecem contar com apoio na Câmara e na Prefeitura, mas é um apoio de mentirinha. Veja o caso dos tutores da educação especial nas escolas municipais. Não tem um vereador de Curitiba que não declare apoio as crianças com deficiência.

Porém, mais de três mil crianças aguardam atendimento por tutores nas escolas e CMEIs da cidade enquanto a prefeitura se esconde atrás de uma interpretação absurdamente literal de uma regra criada por ela mesma. Qual a pressa, não é mesmo? Eventualmente essas crianças vão ser empurradas para o sexto ano e serão problema da rede estadual. Ou os pais vão se sacrificar para pagar por apoio profissional.

Se depender da Câmara, Greca continuará apoiando Maria Alice Erthal e seu histórico de “zelo” pela população vulnerável. É coerente com o próprio histórico dele, que já foi gravado dizendo ter vomitado por causa do “cheiro de pobre”. Talvez a recusa em demitir a protegida dele na FAS seja por isso: são almas gêmeas. Que Deus tenha misericórdia da população carente da cidade.

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