A Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba decidiu afastar preventivamente quatro funcionários da Casa do Piá 1 após denúncias de abuso contra crianças autistas. A FAS afirma ainda que pediu à Procuradoria-Geral do Município que investigue possíveis maus-tratos no local.
A denúncia de abusos contra crianças foi feita pelo Intercept, em reportagem de Jess Carvalho. Segundo o relato, baseado em vídeos, fotos, áudios e depoimentos, uma criança autista chegou a ser amarrada em um colchão e teria tido uma meia enfiada na boca para não poder falar. Em outro caso, um menino teria sido xingado por um funcionário, que teria dito para que ele ficasse no chão e não levantasse.
As Casas do Piá são abrigos que a Prefeitura de Curitiba mantêm para crianças de 7 a 14 anos, em geral retiradas de suas famílias depois de casos de maus-tratos e abusos sexuais. Na Casa do Piá 1, onde teriam acontecido os abusos, há atendimento de crianças neurodivergentes, como autistas.
Leia a nota da FAS na íntegra:
Nota
A Fundação de Ação Social (FAS) informa que encaminhou para a Procuradoria Geral do Município (PGM), no dia 26 de abril, pedido de investigação de possíveis casos de maus-tratos na Casa do Piá I.
A Comissão Permanente de Sindicância da PGM já iniciou, na semana passada, uma rigorosa apuração, com total transparência. A comissão espera concluir os trabalhos o mais rápido possível.
Em reunião com representante do Ministério Público, também na semana passada, a FAS recebeu recomendações.
Preventivamente, 4 funcionários da Casa do Piá I foram afastados, garantindo a todos ampla defesa.
A FAS reitera que não compactua com qualquer situação de violência em suas unidades de atendimento às pessoas em vulnerabilidade e risco social.
Situações de qualquer ordem relatadas à fundação são rigorosamente investigadas.
A FAS informa ainda que todas as unidades de acolhimento de crianças e adolescentes mantidas pelo município são periodicamente fiscalizadas pela Promotoria da Criança e do Adolescente, do Ministério Público do Paraná, e pelos Conselhos Tutelares.
Essas unidades são também acompanhadas pelas supervisões da FAS existentes nas dez regionais da cidade, inclusive com visitas esporádicas a qualquer dia e hora, para verificar os serviços.
Situações de maus-tratos a crianças e adolescentes podem ser denunciadas por qualquer cidadão, mesmo que anonimamente, na Central 156, no Disque 100 – do Governo Federal -, no Ministério Público e nos Conselhos Tutelares.
Sobre o/a autor/a
Ué, porque nesta matéria não colocaram a foto da Presidente?