O Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, celebrado em 7 de junho, possui como tema este ano “Alimentação Segura, Melhor Saúde”, ancorado no lema “Segurança dos Alimentos, Assunto de Todos”. A data foi criada em 2018 e propagada por excelentes campanhas patrocinadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization), Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Organização Mundial de Saúde (OMS), Codex Alimentarius e Ministério da Saúde.
A criação deste dia teve por propósito direcionar os olhares do mundo para prevenção, detecção e gerenciamento de riscos de alimentos contaminados, contribuindo para a segurança dos alimentos, saúde humana, prosperidade econômica, agricultura, acesso a mercados, turismo e desenvolvimento sustentável.
Não temos como falar de segurança alimentar sem citar as Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA). Elas podem causar uma síndrome geralmente constituída de anorexia, náuseas, vômito e/ou diarreia, acompanhada ou não de febre, com relação direta à ingestão de alimentos ou água contaminados. Vale ressaltar que uma DTHA não causa única e exclusivamente sintomas digestivos e pode ocorrer afecções extraintestinais em diferentes órgãos, como rins, fígado, sistema nervoso central, podendo evoluir para óbito quando não tratada.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2021 foram notificados 268 surtos de DTHA com 4.385 pessoas doentes. Do total de notificações, 37,7% dos surtos ocorreram em residências, 15,1% em restaurantes/padarias e similares. Entre os principais agentes de contaminação estão a água com 25,2%, seguida por alimentos mistos (diferentes ingredientes) com 22,1% e, na sequência, múltiplos alimentos, doces e sobremesas, leites e derivados, carne bovina in natura, processados e miúdos, ovos e produtos à base de ovos.
É importante a população compreender que um surto de DTHA é classificado quando duas ou mais pessoas com quadro clínico semelhante consumiram o mesmo alimento na mesma relação de tempo e local. Os surtos são classificados como eventos de saúde pública, devendo ser comunicados imediatamente à vigilância sanitária da sua localidade, para notificação compulsória imediata e registro no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
É muito importante que a população mantenha sempre as regras básicas de higiene, lavando sempre as mãos antes e depois de qualquer refeição, higienizando de forma adequada os alimentos, verificando o prazo de validade, observando se o alimento possui alguma alteração na cor, odor, consistência e que indique que ele não está apto para o consumo. Para alimentos de origem animal é importante observar a presença dos selos do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), Estadual (SIE), Federal (SIF), pois garantem que o alimento foi rigorosamente fiscalizado. Ao se alimentar fora de casa, observe a higiene do estabelecimento, se possui o alvará de funcionamento, e se os produtos estão sendo acondicionados de forma adequada, ou seja, respeitando a temperatura de armazenamento.
Um dos pilares da saúde única é a segurança alimentar e sua tríade entre a saúde humana, saúde animal e saúde ambiental que visa mitigar o aumento significativo em dimensão mundial das DTHA. O crescente número de DTHA é ocasionado pelo aumento das populações, a existência de grupos populacionais vulneráveis, o processo de urbanização desordenado e a grande necessidade de produção de alimentos em larga escala, com a mudança do comportamento alimentar. Ou seja, maior exposição a alimentos destinados ao pronto consumo coletivo “fast-foods”, consumo de alimentos em vias públicas, utilização de novas modalidades de produção, uso de aditivos, mudanças ambientais e a globalização que expõem facilmente a propagação de novas doenças como as DTHA em um curto espaço de tempo.
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