O segredo do ônibus de Curitiba (e da passagem a R$ 6)

Curitiba deveria se espelhar no que tem feito Araucária, ao invés de cobrar R$ 6 por passageiro

Todos nós sabemos das relações nada transparentes entre empresários do transporte coletivo de Curitiba e os prefeitos descendentes do lernismo.

O segredo da tarifa está no IPK (Índice de Passageiros por Quilômetro) e nos custos dos insumos para a operação do transporte coletivo. O IPK não é transparente, por haver manipulação no número de passageiros, o que ficou claro nas duas auditorias feitas pelo TCE na época da pandemia.

Se transportavam 900 mil passageiros dia no início de 2020, como esse número pôde despencar para 320 mil passageiros em 2022, se os usuários, na sua maioria trabalhadores de baixa renda ,não fizeram trabalho remoto, por serem do chão de fábrica ou do setor de serviços e não terem renda para usarem aplicativos?

Se a tarifa é a divisão do custo total dividido pelo número de passageiros basta diminuir o número de passageiros para aumentar a tarifa. Está aí o “pulo do gato”.

Se assim não fosse, como explicar que Araucária deu subsídio de R$ 50 milhões em 2022, obrigou os empresários e repactuarem os contratos expurgando o IPK e passando a contratar por quilômetro rodado, o que fez a tarifa despencar de R$ 4,50 para R$ 1,50?

Rafael Greca fez a doação de R$ 600 milhões em 2021 e 2022, assumindo também a dívida das empresas junto aos bancos para a renovação parcial da frota e nesse último aumento da tarifa dá mais R$268 milhões de reais sem contrapartida alguma. Não exigiu repactuação, manteve o IPK manipulado e, ao contrário de Araucária, a tarifa técnica para os empresários saltou de R$ 6,39 para R$ 7,05.

Tudo na calada da noite para não dar tempo aos usuários de recarregarem seus cartões. Assalto ao bolso dos trabalhadores, que deixam de por comida na mesa da família para pagarem a tarifa de ônibus e assim manterem seus empregos, já que não tem outro meio de locomoção.

Hoje o direito ao transporte público e gratuito é garantido pelo artigo 6o. da Constituição Federal, graças à Emenda Constitucional da deputada federal Luiza Erundina, elevando o transporte coletivo a um bem público equivalente a saúde e educação que são gratuitos podendo ser financiado peleja União, Estados e Municípios e cujo artigo 6º da Constituição Federal e que garantiu a implantação dos atuais subsídios.

Deve o Governo Lula, regulamentar a gratuidade (Tarifa Zero), abandonando as atuais planilhas de custos que são manipula das para aumentar acima da inflação a tarifa.

Como fez Araucária, rever os contratos, expurgar o IPK e contratar por quilômetro rodado.

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2 comentários em “O segredo do ônibus de Curitiba (e da passagem a R$ 6)”

  1. Cadê o Ministério Público para barrar essa manobra covarde feita pela prefeitura de Curitiba e empresários do setor? A justiça está sendo muito mole com esses caras!!

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