Estátua é um justo reconhecimento a Enedina Alves Marques

Professor explica a importância de homenagem à primeira engenheira negra do país

A engenheira Enedina Alves Marques recebe nesta segunda-feira (15) uma bela homenagem. É uma das homenagens mais importantes já feitas a ela, por vários motivos: a proximidade de um dos locais em que Enedina se formou professora, o Instituto de Educação; o fato de se tratar de uma estátua em tamanho real, na rua XV de Novembro, em Curitiba, lugar pelo qual certamente nossa engenheira circulou; e por se tratar apenas da segunda estátua de uma mulher negra em Curitiba – a primeira é uma homenagem a Emerenciana Cardoso Neves.

Todo esse reconhecimento é mais do que devido à primeira engenheira negra do Brasil e primeira mulher a se formar nessa profissão no Sul do país. Enedina, que a partir de 1931 se tornou professora, lecionou em diversas cidades do Paraná, inclusive no tiro de Guerra em Curitiba, e como voluntária para crianças que não podiam ir à escola regular. E só por isso já deveria ser homenageada. Mas além disso, administrou a usina hidrelétrica em Antonina, projetou a usina de Capivari, bem como a Casa do Estudante Universitário (CEU) e o Colégio Estadual do Paraná (CEP). E quebrou barreiras inimagináveis para a maioria da população da época na primeira metade do século XX.

Eis portanto uma justa homenagem a essa mulher, que desde sua morte em agosto de 1981, tem tido reconhecimento. Inicialmente entre os engenheiros do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Revista Panorama, CREA PR, Sociedade Soriptimista, Centro Paranaense Feminino de Cultura. Mais recentemente foi duplamente reconhecida no Politécnico da UFPR (com um mural e uma placa). Teve seu nome colocado em cerveja paulista, CMEI em Pinhais, centro politécnico, escola e rua em Curitiba, Instituto em Maringá e estrada do Paraná. Também existem alguns documentários com sua trajetória de vida, bem como livros e pesquisas acadêmicas, além de diversos artigos de jornais, revistas e podcasts.

Essa grande celebração, acontece justamente próximo à sua data de nascimento 8/1/1913. Enedina faria 111 anos. Aqui cabe uma correção, Enedina nasceu dia 8, ao contrário de algumas páginas da internet que informam o dia 13 como seu aniversário. Boato que ajudei a construir com meu amigo jornalista José Carlos Fernandes (querido Zeca, me perdoe).

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