“Curitiba precisa de um olhar mais humano”

Qual a última grande obra ou realização de Curitiba, daquelas inovadoras, que têm a nossa cara, que você se lembra?

Este texto faz parte de uma série de artigos de pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba a ser publicados pelo Plural

Eu quero ser prefeito de Curitiba novamente e sei que tenho condições de contribuir para que a cidade seja diferente. Não sou adepto a revanchismos políticos. Penso que comportamentos assim não fazem bem nem às pessoas, nem às cidades.

Curitiba precisa, sim, voltar a ser referência em tudo que já foi e não é mais. E mais do que isso, precisa olhar para as pessoas. Porque os problemas não desaparecem porque a gente não gosta deles, ou porque empurra para debaixo do tapete. É preciso encará-los de frente. A cidade não vive de redes sociais, mas de soluções, muitas vezes, que demandam coragem.

O ônibus, quando é muito caro, ele impede que a pessoa se alimente melhor, e também que consuma mais no mercado do bairro. Quando as pessoas passam a morar na rua, você não pode simplesmente ignorá-las ou espalhá-las pela cidade. Precisa entender que existe um problema social, não apenas um problema de segurança. Quando o centro e o bairro não têm a mesma atenção, o que é bonito pode continuar bonito. Mas quando a chuva aperta é lá no bairro que faz falta o investimento.

Eu tenho uma história com Curitiba. Não vim de família rica. Sou filho de imigrantes que batalharam muito para que eu pudesse estudar e construir os meus sonhos. Eu sempre tive consciência que tinha que fazer a minha parte. Estudei e trabalhei bastante. O meu pai é um dos pioneiros do Mercado Municipal. E eu, cria do mercado, trabalhei desde cedo vendendo frutas.

Morei no Uberaba até a minha adolescência. Estudei em escola pública, no Grupo Escolar Elysio Viana e no Colégio Lanteri. Na faculdade, fui da turma do centenário da Santa Casa e fiz estágio no quinto e no sexto ano no Hospital Pequeno Príncipe. Desde estudante, eu já sabia que queria trabalhar com saúde pública. E me tornei servidor do município de Curitiba. Médico concursado, comecei a minha carreira no postinho da Vila Trindade, no Cajuru. E este trabalho, direto com as pessoas, num bairro mais carente, me ensinou muito.

Trabalhar na prefeitura e depois, ser prefeito me realizou como profissional e como pessoa. Conheci de verdade, cada canto de Curitiba. E gente de muitos jeitos e necessidades diferentes. Quando você participa assim da vida de tantas pessoas passa a entender a cidade de outra forma. E ser prefeito, pra mim, é enxergar o que as pessoas precisam, planejar com conhecimento e executar com foco no bem estar de cada um.

E assim, à frente da prefeitura, fizemos mais de 7.500 obras em pouco mais de dois anos. Entregamos mais de 12 mil casas, abrimos 10 mil vagas em creches, o que dobrou a capacidade da cidade no atendimento às crianças.

Trabalhei pela valorização dos servidores, pela saúde. Tivemos a maior redução da pobreza e da miséria entre todas as capitais, com empregos e renda acima da média nacional, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Construímos e entregamos o Hospital do Idoso Zilda Arns, o primeiro do Brasil especializado no atendimento aos mais velhos. E que foi fundamental para a cidade na época da Pandemia de Covid-19.
Em 2012, não consegui me reeleger prefeito. Mas entendo que faz parte do destino e do jogo democrático. O que me entristeceu foi que muitos dos projetos e recursos que tínhamos conseguido para a cidade foram perdidos.

Projetos importantes que voltaram há pouco à realidade da cidade, já estavam planejados desde esta época. A intervenção na Linha Inter II, por exemplo, existia um projeto pronto, registrado em cartório, com a indicação de todas as obras necessárias e que estão sendo executadas agora. A Linha Verde, o metrô de Curitiba, o Hospital da Zona Norte são outros exemplos de muitos que teria para citar.

Para mim, a cidade poderia ter avançado muito mais nos últimos anos. Ter dado o salto de qualidade que o Curitibano sempre espera dos seus gestores. Convido você a fazer uma reflexão. Qual a última grande obra ou realização de Curitiba, daquelas inovadoras, que têm a nossa cara, que você se lembra?

Eu tenho orgulho de ter implantado o Mãe Curitibana, ter transformado as Unidades 24 horas em mini-hospitais (rebatizadas de UPA), de ter mantido e ampliado programas simples, mas muito eficientes, como o Comunidade Escola. De ter mantido a tarifa domingueira e o transporte coletivo integrado à Região Metropolitana. Infelizmente, hoje, não somos mais os melhores na educação, por exemplo. Éramos os primeiros no Ideb em 2012, e hoje estamos atrás de Teresina e Palmas. Os nossos ônibus não são mais integrados à metropolitana e têm a tarifa mais cara do Brasil.

Quero que a nossa educação pública faça frente à melhor educação privada. Que as pessoas tenham melhores condições de vida, de trabalho, de mobilidade. Que as ruas deixem de ser a casa de tantas pessoas. Que a gente encare os problemas sociais e não fique dando desculpas.

A cidade precisa muito refazer o que foi desfeito nesses últimos anos, manter o que está bom e voltar a avançar.

Enfim. Eu sei que jamais serei um personagem daqueles que conta piada nas redes sociais. Mas com certeza, não amo menos a minha cidade por isso. E de uma coisa os curitibanos podem ter certeza, na minha gestão a função de prefeito não vai ser terceirizada a ninguém.

Ser sério em tempos em que políticos buscam a fama a qualquer custo não é tarefa fácil para alguém como eu que sempre acreditei no trabalho como uma coisa séria.

Temos uma cidade próspera, que pode ser mais justa e mais solidária. Mas que também tem problemas e que precisam ser encarados, com soluções de verdade.

“Curitiba merece voltar a ser uma capital moderna. Curitiba merece ser diversa”
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