Deputados de oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) querem a retomada das sessões presenciais no plenário. Quem pediu o retorno foi o deputado Requião Filho (MDB), durante manifestação na sessão de segunda-feira (11).
No entendimento dos oposicionistas, o sistema remoto atropela os debates do Legislativo. A Alep suspendeu as reuniões das comissões permanentes e os pareceres às propostas têm sido apresentados de maneira breve durante as sessões. Além disso, a oposição alega que como a pandemia do coronavírus tem mantido a Assembleia fechada, as discussões de vários temas importantes e até polêmicos têm sido comprometidas.
Para Requião Filho, o parlamento deve ser um espaço para o amplo debate. Ele ainda lembrou que já foram realizadas 21 sessões extraordinárias para acelerar a aprovação de projetos que não são sequer relacionados à pandemia. Segundo o deputado, se por um lado esse sistema agiliza o trabalho dos parlamentares, por outro cria uma brecha para que propostas polêmicas sejam aprovadas sem o conhecimento do povo.
No final do seu discurso, Requião pediu para o presidente Ademar Traiano (PSDB) autorizar o retorno das sessões presenciais, tomando os cuidados necessários, como o uso obrigatório de máscaras e com a disponibilidade do álcool gel.
O deputado argumenta que o atropelo nas votações da Assembleia tem resgatado o chamado “tratoraço” de 2015, que resultou na aprovação das mudanças na Paranaprevidência, em 29 de abril daquele ano. A afirmação foi vista como uma ofensa pelo líder do governo, Hussein Bakri (PSD), que desafiou Requião a apontar qualquer inconstitucionalidade nos projetos do governo.
Para evitar um bate-boca, Traiano interviu e disse não acreditar que a Alep passe um mal exemplo para a população. “O Brasil inteiro está agindo dessa forma, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde”, alegou. Segundo o tucano, se tudo fosse liberado, a Assembleia do Paraná seria a única a trabalhar de forma presencial.
O primeiro-secretário, Luiz Claudio Romanelli (PSB), destaca que a Assembleia tem seguido o modelo adotado pelo Congresso Nacional. Para ele, as sessões remotas não têm sido conduzidas fora do contexto nacional.