Governo tenta convencer ambientalistas sobre porto

Secretário Marcio Nunes diz que problemas de Pontal são pobreza e violência

O secretário de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná, Márcio Nunes (PSD), fez nesta segunda uma tentativa de convencer ambientalistas e a sociedade civil de que a construção de um Porto em Pontal do Paraná não traz todos os riscos que vêm sendo divulgados. Numa reunião de pouco mais de duas horas, explicou de maneira vaga os planos do governo Ratinho Jr. (PSD) para a área ambiental no Palácio das Araucárias, mas deixou os interlocutores com os mesmos receios de antes.

“O nosso problema não é a Faixa de Infraestrutura, nosso problema é pobreza, prostituição, drogadição, feminicídio, desemprego, dengue, febre amarela…”, alegou Nunes ao defender as propostas como uma grande possibilidade de mudança, sem entrar em detalhes ou discutir pontos específicos. A ideia era apresentar, de forma genérica, o Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Paraná – finalizado em agosto de 2013 – e o Plano de Desenvolvimento Sustentável, que está em andamento e ainda não foi fechado.

Embora todos os projetos não estejam definidos, algumas prioridades como o investimento em  turismo náutico, engorda da praia, infraestrutura, e empreendimentos portuários são prioridades claras.

O diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, explica que há uma determinação do governo em avançar em algumas frentes, em especial no tocante à infraestrutura. “Isso não é necessariamente um problema, mas uma parte desses empreendimentos vem sendo contestada pela sociedade”, salienta Borges ao falar sobre a criação de mais um porto na região. “O porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil, com amplas condições de expansão e capacidade de atender as demandas de importação e exportação que o Paraná precisa desenvolver”, alerta.

O especialista aponta, ainda, que há um entendimento pela parte contrária à instalação do porto, de que o investimento deveria ser direcionado ao município de Paranaguá, visando sanar – justamente – problemas trazidos pela atividade portuária na região. “Criar mais um zona portuária, sabendo-se de antemão que a primeira já atende essas demandas, não parece uma atitude coerente”, ressalta.

Ao fim da reunião, um documento foi entregue ao secretario esclarecendo o posicionamento contrário das entidades e solicitando uma reunião para apresentação formal de um projeto alternativo à Faixa de Infraestrutura, realizado por meio de financiamento coletivo. A proposta é fruto da campanha Salve a Ilha do Mel, que questiona aspectos ambientais e jurídicos ligados à implantação do novo Porto.

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