Os 25 desenhos que compõem a terceira parte dessa retrospectiva de charges do período Bolsonaro, que atormentou o Brasil nos últimos quatro anos, compreendem 2021 e 2022, e foram feitos com pouco humor e muito suco gástrico batido no liquidificador com bile e raspas de úlceras nervosas.
Não foi fácil ler as notícias horripilantes que vinham das entranhas desse governo pavoroso. Damares e general Heleno, em especial, me davam um tique debaixo do olho esquerdo que só parava com os repuxos que as notícias vindas do gabinete do Guedes causavam no meu pescoço.
Desenvolvi a síndrome das pernas inquietas no corpo inteiro e várias noites eu ficava sentado na cama tendo crises de choro e ataques de riso em sequência, como se tivesse tomado eletrochoques ou visto o presidente comendo frango com farofa.
Quem não se divorciou, ficou doente ou morreu, dizem algumas pessoas sobre esse período. Eu acrescento: virou Sadhu de forma involuntária, parando de comer por simplesmente não ter comida.
[Confira as duas primeiras partes da retrospectiva feita por Benett: “Um plano para matar Bolsonaro” e “A hora do pesadelo”.]
Retrospectiva, parte 3
Mas agora o pesadelo acabou. Não sei como será 2023 para os chargistas. Espero que a gente volte a falar sobre corrupção, fisiologismo, roubo e banditismo, o que era comum até a gente ter que falar sobre genocidas e golpistas. Feliz 2023 a todos.
Benett
Humor negro, esse é o retrato do Brasil boçalnarista.