A hora do pesadelo: charges sobre o Brasil de 2020

Dois mil e vinte foi o ano do grande pesadelo negacionista; nunca vi tanta gente de papel alumínio na cabeça dando as cartas no país

Dois mil e vinte foi o ano do grande pesadelo negacionista. Nunca vi tanta gente de papel alumínio na cabeça dando as cartas no país. A começar pelo próprio indivíduo que senta na cadeira da presidência.

Não preciso repetir aqui as asneiras que ele falou e levaram as pessoas a tomar remédio para vermes de vaca para combater um vírus. O resultado disso vocês sabem: quase 700 mil mortos.

Mas outras figuras lunáticas se tornaram proeminentes, como Roberto Alvim, Ernesto Araújo e o funesto Pazuelo também conhecido como Pazuzu – com todo respeito ao demônio de “O Exorcista”.

Porém, tem uma figura que me fascina por ser… algo como o personagem do filme “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee, só que com as mesmas convicções dos caras de chapéu de cone branco. É, estou falando do presidente da Fundação Zumbi dos Palmares, Sérgio Camargo. Esse sujeito tentou queimar livros da biblioteca da fundação, incluindo um chamado “A volta dos que não foram”, de Eno Theodoro Wanke.

Wanke era um inofensivo poeta e humorista de Ponta Grossa (PR), criador dos “clecs”, uma espécie de aforismo com que ele encheu livros e mais livros, fáceis de encontrar na internet. Eu costumava emprestar alguns “cadernos de clecs” da biblioteca pública de Ponta Grossa e acho que o Brasil perdeu uma grande chance de resgatar esse autor.

Uma frase de Wanke: ”Antes de os relógios existirem, todos tinham tempo. Hoje, todos têm relógios”.

A volta dos que não foram

O argumento de Camargo era de que esses livros subversivos serviriam para doutrinar as pessoas. Por essa lógica, se você ler um livro sobre piratas, é certo que você colocará um gancho no lugar da mão, comprará um barco e se tornará um pirata.

Se você ler um livro do Marques de Sade, acabará por adotar a coprofilia em sua vida. Se bem que eu acho isso mais provável caso leia alguma obra do Olavo de Carvalho.

Outro livro banido é “Almas Mortas”, cuja única explicação para estar nessa lista deve ser o fato de o autor, Nikolai Gogol, ser russo.

Retrospectiva, parte 2

A seguir, confira uma retrospectiva com as 32 melhores charges de 2020, escolhidas por Benett, parte de um esforço de repassar – e enterrar, de vez – o governo Bolsonaro. (As charges de 2019 foram publicadas com o título “Um plano para matar Bolsonaro”.)

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