“VIK – O Micro Espetáculo” fala sobre o ciclo da vida e sobre a natureza. Esse resumo do enredo pode afastar alguns facilmente, o que é injusto, pois a frase nem de longe dá conta do que acontece nos cerca de 50 minutos de apresentação.
Até os novinhos, os bem novinhos mesmo, ficam com os olhos vidrados no palco. Tem uma leve dose de efeitos especiais e recursos high tech, mas é bem pouco; e não existe texto, facilitando que a magia do teatro aconteça para os pequenos. Magia, não. Talvez o melhor seja dizer mágica.
Teatro ilusionista
O espetáculo é classificado como “teatro ilusionista”, algo como um gênero híbrido com efeitos visuais, teatro, dança e ilusionismo em cena. O que surpreende é o número de “uaus” que se pode ouvir enquanto a plateia se deixa levar por truques clássicos envoltos em um enredo lúdico.
O segredo talvez esteja no ambiente. Estamos dentro de um teatro e a penumbra, a posição do palco e das fileiras de cadeiras, as cortinas, tudo favorece o encantamento das crianças ao longo das cenas, que em alguns momentos são genuínas e em outros recorrem a traquitanas mais elaboradas. Entre elas, estão bonecos criados por Jésus Seda, o mesmo dos bonecos dos programas “Castelo Rá-Tim-Bum” e “Cocoricó”. Contudo, isso não diminui o espetáculo em nada, apenas explica o andamento da peça.
Gralha Azul de melhor atriz e melhor espetáculo
O equilíbrio também se deve ao trabalho de Juliana Caldas. É difícil assistir à sessão e depois imaginar outra pessoa interpretando a protagonista (quanto mais interpretando melhor). Contudo, durante a temporada de 2019, o papel era de Claudia Rocha, que ganhou o prêmio Gralha Azul de melhor atriz por sua atuação na peça. Tanto Rocha quanto Caldas têm nanismo e o espetáculo é um raro solo interpretado por uma artista com essa condição.
Ainda no Gralha Azul de 2019, “VIK” levou o troféu de melhor espetáculo. A criação é assinada por Maicon Clenk que, além de ilusionista (com várias passagens pela TV), é diretor e coreógrafo. Ele vem ganhando reconhecimento nas artes cênicas e, inclusive, esteve na direção da abertura da última edição do Festival de Teatro de Curitiba.
Novas temporadas
“VIK – O Micro Espetáculo” fez nova temporada em Curitiba recentemente, com ingressos esgotados. Agora o espetáculo pega a estrada rumo à cidade de Rio Negro para apresentações em 2 e 3 de julho. Depois segue para a temporada em São Paulo, no Teatro Alfa, a partir de 30 de julho até fim de agosto.
Outras informações nos site de Maicon Clenk.
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