Oscar 2022: desprestígio na transmissão?

Ausência na TV aberta e prêmios fora do ao vivo são as novidades deste ano

Neste domingo (27), às 21h no horário brasileiro, acontece a 94.ª cerimônia de entrega do Oscar, com transmissão ao vivo pelos canais pagos TNT e TNT series. Conforme notícia veiculada pela Folha de S. Paulo, neste ano não haverá transmissão em TV aberta, porque a Globo, que detém os direitos, resolveu direcionar tudo para o streaming do Globoplay, com acesso livre para quem não é assinante.

Esta é uma decisão que afeta, somente, ao público brasileiro, no entanto, outra deliberação, desta vez da Academia do Oscar, interfere em todos os territórios e diz respeito à temática central que trato nas minhas colunas, que é a música e sua relação com o audiovisual. Segundo a revista Entertainment Weekly, oito categorias terão seus vencedores anunciados numa cerimônia prévia, antes da transmissão ao vivo começar. São elas: melhor documentário de curta-metragem, melhor edição, maquiagem e cabelo, melhor design de produção, melhor curta de animação, melhor curta-metragem em live action, melhor som e melhor trilha sonora.

A razão seria tornar o evento mais ágil, curto e com maior espaço ao “entretenimento”, em outras palavras, e mais espaço para o besteirol que tem permeado essas premiações nos últimos anos. A promessa é a de que as categorias deixadas de fora do ao vivo terão vídeos gravados de suas entregas sendo exibidos ao longo da programação oficial, o que não refresca em nada o fato de que a Academia amplia a hierarquização das categorias, desprestigiando diferentes áreas do setor audiovisual.

Música e entretenimento

É interessante o fato de que a categoria de Melhor Trilha Sonora vai ficar de fora da festa principal, algo que não ocorrerá com a de Melhor Canção Original. Faz muito sentido, se julgarmos pela lógica de se dar maior espaço ao “entretenimento”. Billie Eilish, por exemplo, deverá ocupar o palco para exibir a canção “No Time To Die”, do filme 007 – sem tempo para morrer, que é a favorita. Note, haverá maior prestígio à estrela adolescente do que ao compositor veterano Hans Zimmer, que concorre por seu trabalho impecável no filme Duna. Longe de mim querer parecer o purista desinformado, porque é óbvio que o Oscar é somente isso mesmo, “entretenimento”, contudo, em tempos anteriores, havia certa maquiagem quanto a isso, coisa que, ao que parece, pode cair também.

Salve, Adorno!

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