A prefeitura de Curitiba decidiu renovar por dois meses o contrato com a empresa que faz a gestão da UPA CIC. O contrato se encerraria nesta sexta-feira (24), e segundo a Secretaria da Saúde, a ideia é usar os próximos sessenta dias para fazer uma transição para a Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feaes).
A Unidade de Pronto-Atendimento da CIC foi a primeira “terceirizada” pelo município (a prefeitura se recusa a usar o termo, alegando que só a gestão foi repassada, embora a UPA continue pertencendo ao município). Nos últimos dias, com a proximidade do fim do contrato e a possibilidade da saída de todos os médicos contratados, houve muitas dúvidas entre os trabalhadores do local.
O Plural teve acesso a uma série de mensagens de WhatsApp trocadas entre a gestão da unidade e os servidores, em que o clima parecia não apenas de dúvida como também de uma certa animosidade.
“Passando aqui para trazer novidades referente a Renovação de Contrato. Até o momento nenhuma posição concreta por parte da Secretaria de Saúde”, dizia uma mensagem da chefia no dia 31 de maio.
Pouco depois, aparentemente sofrendo questionamentos dos servidores, a mesma pessoa postou uma nova mensagem.
“Participei de uma reunião hoje e ainda não oficializaram nada, se não temos retorno, o que vamos passar? Mentir? Não, vamos ficar com a mesma resposta. Vocês deveriam escutar mais as chefias e não no que escutam da boca dos médicos.”
Um dos funcionários respondeu dizendo que a população estava sendo prejudicada e que os pacientes estavam revoltados com o atendimento recebido na unidade:
“O problema é que a gente tá sob muita pressão. Tudo bem que a chefia tbm pode estar preocupada, claro… Mas a gente tá sofrendo com a população que tá revoltada com a demora no atendimento, as vezes com número reduzido de médico atendendo.”
Em seguida alguém, ainda antes de confirmada a renovação, reclama novamente da falta de comunicação por parte da prefeitura.
“Realmente é uma falta de respeito e empatia. Falta de respeito com toda equipe de líderes da unidade! Infelizmente a pessoa da prefeitura que poderia oficializar a decisão ainda não fez ! Então tudo que temos é uma possível previsão de 60 dias após junho, nada oficial.”
Com a confirmação da continuidade da gestão pela INCS, o problema de transição fica adiado para o final de agosto.
Terceirização é esse lixo que leva aos desvalor do ser humano (trabalhadores e pacientes), criando instabilidade e má qualidade na prestação dos serviços, com a conivência do Poder Judiciário (TST e STF). É um escárnio, o Município dizer que a unidade continua pertencendo ao Poder Público. Só esqueceram dos seres humanos, os servidores e a população que carece de atendimento. Pergunto? Cadê os representantes do povo? Em especial, aqueles 25 “puxa-sacos” do prefeito. Que ayer mostraram-se radicais e moralistas para cassar um mandato popular e agora se calam diante da precarização do direito à saúde.
Poderiam fazer um estudo de caso sobre o Greca, qual foi sua trajetória até virar um bolsonarista!