As aulas remotas na Rede Estadual de Ensino no Paraná voltaram hoje (18) para um milhão de alunos. O retorno presencial dos estudantes está previsto para 1º de março, mas antes disso já tem instituição fechada por surto de Covid-19 registrado entre os profissionais de Educação. Uma delas fica em São José dos Pinhais e outra em Araucária, ambas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Também há quatro colégios em quarentena em Foz do Iguaçu, Oeste do Estado, e 14 fechados na Região de Maringá, no Noroeste, onde os leitos para pacientes com coronavírus chegam a 96% de ocupação.
O fechamento dos colégios foi anunciado por 14 dias, resultado de casos da doença detectados em funcionários e professores, que voltaram para as escolas na semana passada. Eles foram chamados para participar de reuniões pedagógicas presenciais.
Uma das escolas fechadas fica na área rural de São José dos Pinhais; é o Colégio Estadual de Campo Eunice Borges da Rocha, que “estará interditado por 14 dias, retornando para o modelo de aula 100% on-line no período de 11 a 24 de fevereiro”, diz o comunicado no portão.
Em Araucária, o Colégio Professor Júlio Szymanski fechou as portas em 15 de fevereiro e só retorna no dia 22 “para isolamento de professores e funcionários em razão de casos de Covid-19 na nossa equipe de trabalho”, esclarece o texto fixado na entrada da instituição.
“É lamentável. É um atentado à vida. Se isso aconteceu desta forma com a presença de professores e funcionários, imagina quando estiverem os estudantes circulando?”, questiona o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão.
Além das denúncias de educadores contaminados, o sindicato – que representa os professores do Estado – recebeu relatos de falta de produtos e equipamentos básicos, como sabonetes, álcool em gel, máscaras e treinamento. A dificuldade no cumprimento dos protocolos de segurança fez com que os professores decidissem por greve geral pra aulas presenciais a partir de 1º de março.
“O governador e o secretário parecem desconhecer a realidade das escolas públicas e do que é a dinâmica de uma escola repleta de estudantes. As aulas presenciais, neste momento onde a vacinação não chegou à grande maioria da população, é um atentado à vida. O governo do Paraná está levando nossos professores, funcionários e estudantes para um caminho que pode resultar em inúmeras mortes. Isso é grave, é desumano”, reforça o presidente da APP.
A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR) confirmou que está ciente dos relatos e vai proceder conforme a resolução 98/2021 da Secretaria da Saúde, que prevê a “possibilidade de cancelamento das atividades presenciais de forma parcial ou total, de uma turma ou mais e, eventualmente, de toda Instituição de Ensino, conforme orientação das autoridades sanitárias locais e regionais”, na presença de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 na comunidade escolar ou acadêmica.
Denúncias
É possível realizar denúncias anônimas sobre a situação das escolas por meio de um formulário disponibilizado pelo sindicato. Fotos podem ser enviadas para o e-mail [email protected].
Para os profissionais que foram contaminados, o sindicato lembra que é essencial o preenchimento da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), “especificando que contraíram o coronavírus após convocação para o trabalho presencial”. O documento deve ser protocolado no Núcleo Regional de Educação. “Os(as) sindicalizados(as), também podem procurar a APP-Sindicato para orientações sobre a denúncia junto ao Estado.”
Nesta quinta-feira (18), o Paraná registrou 3.027 casos de coronavírus e 92 mortes pela Covid-19, de um total de 10.907 óbitos pela doença desde o início da pandemia, em março de 2020. Só em Curitiba, foram 12 mortes e 437 novos casos nas últimas 24h.