Sindipetro pede interdição da Repar após salto nos casos de covid-19

Número de infectados seria de 92 apenas na refinaria de Araucária. Secretaria Municipal de Saúde acompanha testes e confirma plano de contingência

O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro) pede a interdição da Refinaria Presidente Getúlio Vargas da Petrobras (Repar) após registro de 23 novos casos de infecção por coronavírus no local. De acordo com a entidade, a empresa já soma 92 casos de covid-19. 

Alexandro Guilherme Jorge, diretor do Sindipetro, acusa a empresa de faltar com a transparência. “Da gestão não veio nada, não tratam de números com a gente. Só ficamos sabendo porque a Prefeitura fez uma nota e colocou o número de testes realizados pela Repar, o número de positivos e quantos são moradores da Cidade. Continuamos, via judicial, exigindo que a empresa faça isso para nós. Semana passada, eles apresentaram que tinham 200 contaminados no Brasil inteiro. No dia seguinte, a gente fica sabendo que tem 92 só na Repar”, assegura.

De acordo com o Sindicato, o salto no número de casos indica que as medidas adotadas pela empresa no combate à pandemia não são suficientes. Os representantes dos petroleiros destacam ser necessária a interdição da unidade para higienização dos ambientes e revisão dos protocolos de segurança, além da divulgação de relatórios detalhados sobre a crise sanitária na Repar.

Nova testagem em massa também foi demandada, já que os grupos testados interagem com os não testados nas trocas de turno ou em locais compartilhados e o teste de anticorpos tem alto índice de falso-negativo, se aplicado antes do oitavo dia da infecção.

“Estamos com ações na Justiça e pleiteando aos órgãos de Vigilância Sanitária e à Delegacia Regional do Trabalho a interdição, porque a situação lá hoje é muito parecida com a de alguns frigoríficos que já foram interditados. A Repar é um possível foco de contaminação que está se estendendo por Araucária e região, já que muitos trabalhadores moram em Curitiba”, ressalta Alexandro.

Em nota, a Prefeitura de Araucária afirma que os trabalhadores não apresentavam sintomas quando foram testados e, como fizeram o teste para anticorpos, podem ter tido contato com o vírus há muito tempo. “Por precaução da empresa, todos esses trabalhadores foram afastados por alguns dias. É importante destacar que a Repar possui um plano de contingência e que, se algum trabalhador apresentar sintomas que remetam à covid-19, ele não vai trabalhar. A Secretaria Municipal de Saúde tem solicitado informações à Repar e acompanhado como estão ocorrendo essas testagens em trabalhadores assintomáticos.”

A Repar não respondeu aos questionamentos do Plural até o fechamento desta Reportagem.

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