Em seu quarto dia, a greve do funcionalismo público estadual vem se fortalecendo no interior do Estado, onde servidores protestaram em frente aos Núcleos de Educação e saíram em passeata – mesmo recebendo ameaças para não se envolver nos atos. Em Maringá, centenas de professores e educadores somaram ao movimento, que pede o pagamento da data-base dos trabalhadores, sem reajuste há três anos. Com o apoio de 16 categorias e três sindicatos, os servidores seguem paralisados, aguardando uma negociação como o governo, que não apresenta propostas. Escolas e universidades, como a Universidade Estadual de Maringá (UEM), já tiveram aulas paralisadas.
Segundo a APP-Sindicato, 85% das escolas estaduais participa da greve, parcial ou totalmente, e metade do funcionalismo já aderiu aos protestos. Pela manhã, em Curitiba, na Secretaria Estadual de Educação, a manifestação foi contra os comunicados e intimidações aos funcionários de escolas, que, segundo a APP-Sindicato, vêm recebendo ameaças de demissão, faltas e descontos de salários caso participem dos atos. “A greve é um instrumento garantido na constituição, ela é legítima. O que o governo faz é ilegal e absurdo e já denunciamos ao Ministério Público”, afirma Hermes Leão, presidente da APP.
Ele lembra que o governo optou por não dialogar. “Tenta criminalizar o movimento e colocar a sociedade contra os servidores. Queremos negociar e encontrar saídas para o impasse. A greve é por direitos e não contra o governador”, diz.
Ato Unificado
Na próxima segunda-feira (01), o ato unificado das categorias está marcado para acontecer às 9h, em Curitiba. A mobilização deve reunir milhares de trabalhadores do Estado na Praça Santos Andrade, de onde os grevistas seguem em passeata até o Centro Cívico. “O governador diz que para repor os salários seria necessário aumento de impostos. Isso não é verdade e nós já provamos que o Estado tem condições. O próprio governador sabe que é possível. Ele fez campanha eleitoral prometendo pagar a data-base”, lembra Hermes. A reivindicação dos servidores é de 4,94%, referentes à inflação do último ano.