Servidores temem terceirização de UPA que fechará para obras; prefeitura diz que ideia está suspensa

Segundo funcionários e sindicato dos enfermeiros, unidade será fechada temporariamente por conta de reformas no sistema; prefeitura afirma ser uma manutenção de rotina

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Sítio Cercado, em Curitiba, deve fechar por 10 dias no final de janeiro de 2022 para uma reforma. A suspensão das atividades da unidade, ainda que temporária, surpreendeu a equipe de funcionários, que será remanejada para outros locais durante o período.

Segundo informações do Sindicato dos Servidores Municipais de Enfermagem de Curitiba (Sismec), a equipe de funcionários da UPA será dividida: alguns profissionais ficarão no anexo para eventuais avaliações e emergências e outros serão transferidos para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de apoio. Em relação ao atendimento à população, a entidade informou que a solução será buscar as UPAs do Pinheirinho, CIC ou Tatuquara.

De acordo com a diretora do sindicato, Patrícia da Rosa Mendonça, será realizada uma restauração na instalação elétrica da unidade, que está prevista para o final de janeiro do ano que vem. Até o momento, no entanto, segundo Patrícia, não foram divulgadas mais informações pela prefeitura.

Uma enfermeira da UPA do Cajuru, que prefere não ser identificada, conta que ficou sabendo do fechamento temporário da unidade do Sítio Cercado por meio de uma mensagem no Whatsapp. Segundo ela, funcionários temem que seja implementado o mesmo sistema de atendimento já utilizado por outras unidades terceirizadas na cidade.

A profissional da Saúde afirma que os funcionários estão apreensivos. “A gestão está deixando ainda de maneira muito obscura para eles. Não sei se já foram chamados para escolher vaga em outro lugar…”

Terceirização?

A diretora do Sismec, confirma a apreensão da categoria com a possível terceirização da unidade e diz que esse é um temor antigo da categoria.

“O que todos temem é que reabra terceirizada como aconteceu com a UPA do Boqueirão. A gente perde o nosso local de trabalho…as UPAS terceirizadas contratam profissionais terceirizados, nós que somos servidores não podemos atuar nesses locais. Somos convidados a nos retirar para outro lugar, muitas vezes, longe da nossa casa ou em alguma rotina que não condiz com a competência do trabalhador, por exemplo, alguém que é de uma UPA e é obrigado a trabalhar em uma Unidade Básica de Saúde”, destaca a enfermeira da unidade do Cajuru.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que está planejando uma “manutenção predial de rotina na UPA Sítio Cercado”. “Não se trata de reforma. Quando a data de execução for definida, os usuários serão informados sobre como será o atendimento durante o período da ação”.

Quanto à possível terceirização da unidade, a secretaria destacou que, antes da pandemia, a UPA Sítio Cercado estava sendo estudada a fim de mudar o gerenciamento para Organização Social. O processo, no entanto, está suspenso no momento. “Não há qualquer relação com a manutenção predial de rotina prevista, que é realizada em todas as unidades do município periodicamente”, reforça a nota.

Reportagem sob orientação de João Frey

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