Prefeitura diz que não houve autuação ou autorização para remoção de árvores na praça Seu Francisco

Trator destruiu o jardim e derrubou árvores no último sábado. Liminar impediu que suposto proprietário continuasse a "limpeza" do terreno

No último sábado (12), uma pessoa se apresentou como proprietário do terreno onde está a “praça” Seu Francisco, no bairro Juvevê, em Curitiba, mandou cercar o local e derrubar árvores plantadas no local. Ele não quis falar com a equipes do Plural e também não apresentou nenhum documento que comprovasse sua versão aos representantes da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (UPES), que detém a posse do terreno.

A prefeitura de Curitiba informou que uma empresa adquiriu o terreno em dezembro de 2021, num negócio feito entre particulares. Mas a UPES detém a posse desde que o local foi doado para a organização, em 1977. Para entender: posse e propriedade são coisas diferentes, e via de regra pertencem a mesma pessoa. O problema é que no caso do terreno, que fica no cruzamento das ruas Manoel Eufrásio com a Marechal Mallet, ambas estão separadas. Isso aconteceu porque em 1995 o terreno foi vendido de forma irregular por representantes da própria UPES pelo valor de R$ 7 mil. A entidade agora tenta reaver a propriedade.

Neste meio tempo, o aposentado Francisco Dota, o ‘Seu Francisco’ que hoje dá nome ao local, criou um jardim coletivo e transformou o lote em uma espécie de pracinha. Depois do falecimento dele, moradores assumiram a tarefa e a vizinhança se reveza no cuidado.

Destruição

Um trator foi utilizado para remover boa parte da vegetação e inclusive derrubar árvores da praça Seu Francisco no fim de semana.  Ao Plural ,a prefeitura informou que o atual dono não solicitou pedido para remoção de árvores. A administração também foi questionada sobre a identidade do proprietário e sobre a atuação dos fiscais que estiveram no local durante a situação. Essas informações não foram respondidas.

Moradores replantam jardim na praça Seu Francisco | Foto: Reprodução/ Instagram

As mesmas perguntas foram feitas pela vereadora Maria Letícia (PV), que encaminhou um requerimento para a prefeitura na segunda-feira (14). “O presente pedido de informações tem como objetivo dar concretude ao poder fiscalizador atribuído aos vereadores municipais pela Constituição de 1988 (…) A aplicação deste princípio indica, necessariamente, que as práticas administrativas sejam regularmente publicizadas, como forma de permitir que as cidadãs e cidadãos tenham acesso às informações relativas às atividades fundamentais conduzidas pela Prefeitura Municipal”, diz a justificativa do documento. A prefeitura tem 30 dias para responder as perguntas.

Reconstrução

Enquanto o embate jurídico prossegue, moradores e estudantes tentam recuperar o espaço, que já ganhou novas mudas de plantas. No domingo (13), após a UPES obter uma liminar na Justiça que impedia o suposto proprietário de continuar a limpeza do lote, ao menos 50 pessoas se revezaram no trabalho e outras dezenas ajudaram fornecendo água e alimentos. Pelas redes sociais, a comunidade pede a doação de plantas para ornamentar a pracinha e comemora a mobilização.

Sobre o/a autor/a

1 comentário em “Prefeitura diz que não houve autuação ou autorização para remoção de árvores na praça Seu Francisco”

  1. Sou advogado do RAMO IMOBILIÁRIO Cuido só desse tipo assto em todo o Brasil
    Pelo que senti a primeira vista . A posse da comunidade se supera a quem tem o título de domínio (escritura com REGISTRO IMOVEIS).
    ALGUEM SE APROVEITOU E CONSEGUIU PAGAR IPTU E SE CADASTRAR NA PREFEITURA . Mas não levará vantagem sobre a posse velha da comunidade que já dar direito ao usucapiao.
    Não tenho nenhum interesse econômico. Apenas ajudar se preciso a comunidade e ver a justiça prevalecer.
    Gratos Antônio Almeida ADVOGADO. (82)
    .99604.7I40 . RUA REY DAVID 79 STA CANDIDA. CURITIBA PR.

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