UPES tenta regularizar documentação de posse da praça Seu Francisco para evitar que espaço seja destruído

Moradores do Juvevê passaram o fim de semana trabalhando para revitalizar o espaço

Nesta segunda-feira (14), integrantes da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (UPES) mantiveram o trabalho de revitalização da praça Seu Francisco, no Juvevê, em Curitiba. A posse do terreno é dos estudantes, mas a propriedade do local pertence a um terceiro. A UPES busca regularizar a documentação e acabar com o imbróglio.

O lote foi cuidado pelo aposentado Francisco Dota, que transformou o local em um jardim coletivo. Depois do falecimento dele, a comunidade assumiu os cuidados, mas no último sábado (12) uma pessoa que se apresentou como proprietário ordenou a derrubada da vegetação e cercou o terreno, alegando que havia sido notificado pela prefeitura.

Por sua vez, a UPES conseguiu na Justiça uma liminar que manteve a posse da praça. Com ajuda da comunidade, os tapumes foram retirados e o jardim refeito, embora os frequentadores ainda continuem apreensivos. “Dá medo de perdemos de novo a praça, mas temos um grupo de WhatsApp e estamos nos organizando, até mesmo considerando apoio jurídico”, disse a moradora Ana Matsusaki ao Plural.

Reconstrução

Durante o fim de semana, cerca de 50 pessoas participaram da reocupação da praça Seu Francisco. Estudantes e moradores da região levaram mudas de plantas, arrumaram o balanço e varreram as calçadas.

Houve quem fornecesse água e alimentos para quem estava trabalhando e até mesmo crianças estiveram envolvidas.

“Hoje [segunda-feira] tem menos pessoas porque tem muita gente trabalhando, mas vamos continuar aqui para arrumar a praça”, disse a presidente da UPES, Thaís Carvalho.

Entenda

O terreno foi doado a UPES pelo governo estadual em 1977. Depois, em 1995 ele foi vendido de forma irregular por representantes da própria UPES pelo valor de R$ 7 mil. A propriedade passou então para um casal, que por sua vez vendeu a uma construtora, que por fim repassou a esta pessoa que fez o cercamento no sábado.

O impasse se dá porque o novo dono não apresentou quaisquer documentações que indicassem a propriedade. Em paralelo, desde de 2007 se arrasta uma disputa jurídica pelo local. Em 2012 uma decisão Judicial garantiu a posse para UPES e desde então o terreno virou um espaço coletivo. “Não é interesse da UPES retirar o local da comunidade, sempre houve uma convivência harmoniosa”, defendeu o advogado Victor Rozatti.

O corpo jurídico da UPES estuda todo histórico da disputa e agora pretende regularizar a situação da propriedade. “Estamos buscando informações para ver se há algum direito deste particular. A UPES nunca entrou [com processo] para regularizar a situação da propriedade, mas vamos fazer isso.”

A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Curitiba para saber sobre quem é o proprietário, também acerca da notificação para cercar o terreno bem como autorização para derrubada de vegetação da praça Seu Francisco, mas até o fechamento deste texto ainda não havia obtido retorno.  

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