MST faz manifestação cobrando justiça para Antônio Tavares

24 anos após morte do trabalhador, movimento pressiona pela implementação de sentença e destaca histórico de repressão no Paraná

O trabalhador rural Antônio Tavares foi morto em 2 de maio de 2000, durante uma marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Curitiba. Naquele dia, a Polícia Militar bloqueou a estrada e disparou contra os manifestantes, resultando na morte de Tavares e em ferimentos em mais de 200 pessoas. Tavares, que deixou esposa e cinco filhos, era agricultor assentado e membro de sindicato.


Agora, 24 anos depois, o MST e seus apoiadores estão novamente se reunindo às margens da BR-277, nesta quinta-feira (2), para exigir justiça pelo assassinato de Antônio Tavares e outros trabalhadores rurais mortos durante conflitos relacionados à questão da terra. O evento está programado para acontecer no Km 108 da BR-277, em Campo Largo, onde está localizado o monumento em memória de trabalhador projetado por Oscar Niemeyer. Esse local histórico é onde ocorreu o ataque da Polícia Militar aos trabalhadores.


A mobilização tem como objetivo pressionar pela implementação da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que condenou o Estado brasileiro pela violência e negligência. A sentença inclui medidas como proteção ao monumento, compensação financeira e apoio psicológico às famílias das vítimas, além de divulgação da decisão, entre outras ações para evitar que casos semelhantes se repitam.


Na semana passada, representantes do MST, Terra de Direitos e Justiça Global se reuniram com autoridades do Ministério dos Direitos Humanos para iniciar o planejamento da execução da sentença. O Estado tem um prazo de 12 meses para cumprir.


Roberto Baggio, da direção nacional do MST no Paraná, enfatizou a importância do ato marcado para 2 de maio para chamar atenção para a sentença e exigir sua implementação. Darci Frigo, da Terra de Direitos, ressaltou que o evento deste ano visa garantir que a sentença seja efetivamente cumprida, especialmente pelo estado do Paraná.


O MST argumenta que o ataque à marcha não foi um incidente isolado, mas parte de um padrão de repressão e criminalização dos movimentos sociais no Paraná durante o governo de Jaime Lerner, entre 1994 e 2002, que incluiu prisões, lesões, tortura, ameaças de morte, tentativas de homicídio, assassinatos e despejos violentos.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima