População de Fazenda Rio Grande é a 2ª que mais cresceu no Brasil

Segundo o IBGE, cidade da Região Metropolitana de Curitiba teve aumento populacional de 82% entre 2010 e 2022, indo de 81 mil para 148 mil pessoas

No final de junho de 2023 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou uma prévia dos resultados do Censo Demográfico de 2022. Os dados divulgados apontam que o Paraná se tornou o estado mais populoso na Região Sul. Ainda segundo a prévia, Fazenda Rio Grande, município da região metropolitana de Curitiba, é – proporcionalmente – a segunda cidade com maior índice de crescimento populacional do país entre os municípios com mais de 100 mil habitantes.

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Fazenda Rio Grande

Segundo o IBGE, Fazenda Rio Grande teve um aumento populacional de 82% nos últimos 12 anos, saindo de 81.675 habitantes em 2010 para 148.873 em 2022. O índice populacional pode ser ainda maior porque, até o fim do ano, o IBGE deve divulgar os números absolutos do censo de 2022. 

Curitiba ainda é a cidade mais populosa do estado com 1.773.733 habitantes, mas alguns municípios da região metropolitana entraram na lista dos mais populosos do estado, entre eles Fazenda Rio Grande, Colombo e São José dos Pinhais.

Vários fatores

Para o arquiteto, urbanista e doutor em gestão urbana, Paulo Neto, o crescimento dessas áreas já era previsto desde de 2006 quando foi lançado o Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Curitiba. Para o arquiteto, não é possível cravar apenas uma razão para esse crescimento. “São vários fatores. Entre eles o transbordamento do polo, o valor da terra mais barato e a desmetropolização da capital”, comenta o urbanista. 

William Tiago Valdevino dos Santos, de 27 anos, mora em Fazenda Rio Grande há quase dez anos e notou o crescimento da cidade a partir da expansão de seu bairro. William é formado e pós-graduado em contabilidade, mas relata que encontrou dificuldades para arranjar emprego na sua área em Fazenda Rio Grande. 

Até Curitiba

Diariamente, ele sai de casa às 5h50, o trajeto leva cerca de um hora e os ônibus estão sempre lotados, não importa a hora. “Tem dias que demora um hora, uma hora e meia. Tudo depende do fluxo da BR”. Uma das vias que une os dois municípios é a Linha Verde que comporta trechos da BR-476 e BR-116.

Assim como ele, Vitória Cruz não encontrou emprego em sua área em Fazenda Rio Grande. Ela cursa comunicação e gestão de marketing para mídias sociais. “Em Curitiba, tenho mais opções dentro da minha área. Meus outros trabalhos foram todos em Curitiba”, diz. Atualmente, ela trabalha em uma escola de teatro no Capão Raso, mas busca uma vaga de trabalho remoto na sua área. Vitória sai do trabalho às 21h e chega em sua casa por volta das 23h30, o trajeto de pouco mais de duas horas é feito diariamente.

Para Paulo Neto, o deslocamento diário é resultado de uma dinâmica de interdependência que esses municípios nutrem. “É difícil imaginar essas regiões desconectadas. Temos interconexões de vários fatores, como por exemplo a mão de obra e a oferta de emprego. Existe essa dinâmica muito forte de movimento pendular”, diz. 

IBGE

O arquiteto e urbanista acredita que com a divulgação da prévia dos dados do IBGE revela o que aconteceu em determinada região e dá a possibilidade dessas regiões se desenvolverem. “Um desdobramento direto é no repasse do Fundo de Participação dos Municípios, que é feito de acordo com o porte de cada município. O plano diretor de Fazenda Rio Grande carece desses dados atualizados, de forma que o cenário a ser delineado pelos dados do censo podem sinalizar novas dinâmicas a serem contempladas”, diz.

Para William Tiago Valdevino dos Santos, que é morador de Fazendo Rio Grande, há um desinteresse político por parte da prefeitura de realizar políticas públicas voltadas para o desenvolvimento urbano da cidade. “Eu sinto que Fazenda nunca vai estar preparada para um crescimento tão grande”, diz o jovem, que associa a falta de desenvolvimento da cidade com uma má gestão política que dura anos.

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