Ônibus em Curitiba e RMC continuam lotados

Comércio pede mais rigor na fiscalização do transporte coletivo. Sindicato das Empresas de Transporte diz que não há provas de que os ônibus propagam o coronavírus

A Prefeitura de Curitiba reforçou, no início desta semana, a frota de 16 linhas de ônibus, que passaram a operar com 100% dos veículos. Contudo, os relatos de superlotação, tanto na Capital quanto na Região Metropolitana (RMC), continuam chegando. As aglomerações são registradas nos terminais, ônibus, pontos e tubos de Ligeirinhos.

O problema resultou na troca de farpas entre a Associação Comercial do Paraná (ACP) e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), que esta semana ganhou um novo capítulo. Em meio à ascensão da curva do coronavírus na Capital, diversas categorias estavam preocupadas com a possibilidade de lockdown.

O presidente da ACP, Camilo Turmina, publicou na quinta-feira (18) uma nova nota no site da Associação, na qual afirma que o comércio está consciente da gravidade da pandemia em Curitiba, onde há risco próximo de falta de UTIs. A ACP pediu, então, maior fiscalização no transporte coletivo.

Em resposta, como se deu há duas semanas, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) subiu o tom novamente nesta sexta-feira (19) e disse que não há provas de que o transporte coletivo seja o “vilão” que ajuda a expandir o coronavírus.

A ACP afirma ter denúncias sobre ônibus lotados em vários pontos da Região Metropolitana de Curitiba, com relatos de que muitas das empresas de transporte não estão conseguindo cumprir as determinações sobre o limite de passageiros. A própria Associação Comercial já se manifestou contra a paralisação do transporte coletivo, mas não quer que os ônibus rodem acima da capacidade.

Além disso, a ACP pede que os comércios funcionem nos finais de semana e que o Governo do Estado decrete um toque de recolher para restringir a circulação de pessoas em vias públicas entre 23h e 6h. A medida já foi implantada em outros países e exclui trabalhadores de setores essenciais, profissionais da Saúde e Segurança, além de pessoas em situação de emergência.

Empresas são culpadas?

Para o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) e a Associação Metrocard, representante das empresas de ônibus da Região Metropolitana, as recentes manifestações do presidente da ACP foram feitas para tornar o transporte coletivo o vilão do coronavírus. Segundo o Setransp, o momento é de união entre as entidades, para que soluções em conjunto sejam encontradas.

A manifestação destaca que o Setransp e a Metrocard acreditam na importância do transporte coletivo como aliado no combate. Segundo eles, as frotas de ônibus estão higienizadas e os colaboradores estão sendo bem cuidados. As duas entidades caracterizam as críticas da ACP como infundadas e argumentam que estão estudando, diariamente, formas de evitar aglomerações no transporte.

Ademais, dizem que para cada problema complexo, há soluções equivocadas. As entidades acreditam que o proposto pelo presidente da ACP é equivocado para o momento atual. Por fim, ressaltam que o transporte coletivo funcionava quando a Covid-19 estava controlada, e que a curva só aumentou quando as atividades comerciais foram retomadas. Com isso, muitos comércios teriam aberto seus negócios sem respeitar o horário de funcionamento.

Por fim, a nota sustenta que os ônibus são serviços essenciais e que estão transportando profissionais da Saúde aos seus postos de trabalho. Em razão disso, aqueles que estão na linha de frente do combate à pandemia devem ter preferência na hora do embarque.

Decretos do governo estadual

Nesta sexta-feira (19), o governador Ratinho Júnior (PSD) anunciou em uma live nas redes sociais, que o comércio terá um novo horário de funcionamento no Paraná, das 10h às 16h, somente em dias úteis. Já os shoppings abrirão das 12h às 20h, também de segunda a sexta. A ideia é que o transporte coletivo tenha uma certa “abertura” e não fique superlotado em horários de pico.

O governador não implantou toque de recolher e descartou o fechamento total das atividades, mas proibiu a venda e o consumo de bebidas alcoólicas depois das 22h em locais públicos de todo Estado.

Sobre o/a autor/a

1 comentário em “Ônibus em Curitiba e RMC continuam lotados”

  1. Roberto Xavier de Castro

    Liberar mais as atividades comerciais, obviamente lotando os ônibus. Empresários espertalhões, sempre muito responsáveis socialmente, só querem continuar fazendo os bons negócios, lucrando humanamente. Ou seja, é o covid-19 ganhando adeptos e defensores, em todos os Planaltos e pântanos. Comemorem o capitalismo neoliberal e suas consequências.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima