No último dia 18 de junho, 852 vagas de UTI das 1.152 disponíveis nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e Litoral estavam ocupadas. O índice de ocupação, que chegou a 70%, muda todos os dias com a ativação de novas unidades, mas é um indicativo importante do avanço dos casos da Covid-19 na região.
Entre os 36 municípios da RMC e Litoral, São José dos Pinhais, que tem 320 mil habitantes, já está com todas as 20 vagas de UTI ocupadas. No Litoral, o Hospital Regional, em Paranaguá, único com leitos de UTI na região, tem 86% das 14 vagas de UTI gerais ocupadas e 4 das 10 unidades exclusivas para Covid-19 em uso. Contando todas as unidades, o percentual de ocupação é de 67%.
Em Curitiba, O Hospital Universitário Mackenzie tem 98% das 64 Unidades de Terapia Intensiva, que incluem as destinadas para adultos, pediátricas e exclusivas para a Covid-19, ocupadas.
Mas outros hospitais da Capital, como o Hospital de Clínicas (HC), estão numa situação mais tranquila. O HC acabou de ter novas unidades ativadas, o que reduziu o índice de ocupação das UTIs da instituição para 46% das 101 vagas.
Com o aumento do índice de ocupação em Curitiba, cresce a importância das vagas de UTI gerais e exclusivas para Covid-19 do Hospital do Rocio, uma instituição que atende tanto convênios quanto SUS e fica em Campo Largo. Sozinho, o hospital oferta 108 leitos de UTIs gerais (69% ocupadas) e 103 exclusivas Covid-19 (48% ocupadas).
Com índice de ocupação de 58,77%, o Hospital ainda tem 87 unidades liberadas. É mais do que o Hospital Evangélico e o Cajuru juntos, que somam 78 vagas. E mais que a metade das 157 vagas disponíveis ainda em Curitiba. A Capital tem 341 das 498 unidades em uso, um índice de ocupação de 68,5%.
Aumentam os casos confirmados
No último dia 18, a RMC, que compreende 3,9 milhões de pessoas, chegou a 4.621 casos confirmados e 167 mortes, com uma incidência de 117 casos para cada 100.000 habitantes. A evolução aumentou de ritmo nas últimas duas semanas.
Em Curitiba, o total de óbitos saltou de 49 para 99 de 1º a 19 de junho. Já o número de casos confirmados cresceu 2,65 vezes no mesmo período. O que preocupa as autoridades do setor de Saúde não é exatamente o número de vagas de UTI que estão ocupadas no momento, mas o quanto de vagas serão necessárias nas próximas semanas.
Com a quarentena completando cem dias, negócios reabrindo na região toda e as pessoas ansiosas para retomar a vida econômica das cidades, aumentaram os casos de aglomerações, ônibus de transporte coletivo circulando lotados e denúncias de bares e festas cheios de gente.
Situações com grande concentração e permanência longa de pessoas são especialmente perigosas. Segundo a secretária municipal de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, o efeito das ações da população hoje serão vistos daqui duas semanas, com o surgimento de nova onda de contágio.