Um indígena Guarani de 51 anos foi sequestrado e torturado no dia 14 de janeiro no município de Guaíra, no oeste do Paraná. Ele sofreu lesões nas costas, braços e boca por uma arma de fogo.
Com medo de represálias, o indígena agredido solicitou que não tivesse sua identidade divulgada e também não registrou o caso na Polícia. Segundo ele, os agressores são dois homens brancos.
De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpin-Sul), em agosto de 2022, outro indígena de um território próximo em Guaíra também foi agredido e não registrou a ocorrência.
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“A escalada de crimes preocupa comunidades, que se veem vulneráveis diante da não demarcação de terra, não somente casos de assassinatos mas também de suicídio entre os povos indígenas cresce devido a falta de políticas públicas que ajudem na melhor vivência dos povos originários”, afirmou a Arpin-Sul nas redes sociais.
Ao Plural, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) informou que está ciente da situação e que acompanha o caso por meio da unidade descentralizada do órgão na região.
No dia do crime, a vítima foi acompanhada pela Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai em Guaíra até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região. Após a realização do exame de corpo de delito, o indígena foi encaminhado à Delegacia de Polícia Federal em Guaíra.
Embora não tenha recebido formalmente a referida denúncia, a Defensoria Pública da União (DPU) afirmou ter tomado conhecimento do sequestro e tortura sofridos pelo indígena e disse que irá acionar as autoridades de segurança para apurar o caso.
As Polícias Civil e Militar do Paraná informaram que não foram notificadas sobre o caso. A Polícia Federal foi procurada, mas não houve retorno até a conclusão desta reportagem.
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