A pandemia do novo coronavírus tem gerado consequências graves no transporte coletivo metropolitano. De acordo com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), algumas empresas de ônibus têm estudado suspender os contratos de trabalho de alguns dos seus funcionários.
De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc), a expectativa é de que mais de 3 mil trabalhadores tenham seus contratos suspensos, ou até uma redução de carga horária e de salário. Se compararmos o início do isolamento em 13 março com a primeira semana de abril, o transporte coletivo da RMC teve uma redução de 60% no número de passageiros.
Com a queda, a receita acabou ficando bem abaixo do que foi projetado no início do ano e isso acabou dificultando a manutenção da folha salarial. A Comec destacou que trabalha para continuar garantindo o serviço para todos que precisam usar o sistema para trabalhar.
De acordo com Ari Dário do Sindimoc, alguns funcionários já estão sendo chamados para quebras de contrato de até 60 dias. Esse prazo é estipulado pela Medida Provisória (MP) 936/2020, que está em vigor desde o dia 2. Na prática, a suspensão do contrato de trabalho representa o pagamento de 30% do salário por parte da empresa e os outros 70% são financiados pelo governo com o Seguro-Desemprego.
Segundo o Sindimoc, as empresas tem tomado medidas para proteger os seus funcionários, como o afastamento de trabalhadores acima dos 60 anos, já que essa faixa-etária faz parte do grupo de risco para a Covid-19. Só que ao mesmo tempo, o sindicato cita que algumas empresas tem se aproveitado dessa suspensão de contratos para afastar cobradores de ônibus de suas funções.
Com a falta de passageiros, a Comec tem pensado em alternativas diferentes para quando algumas empresas e indústrias voltarem a funcionar. Além disso, o órgão espera conseguir uma linha de crédito com o Governo do Paraná, para que possa ter ajuda na hora de arcar com os custos dessas mudanças no transporte.