Em cinco anos Curitiba perdeu professores e ganhou mais guardas

Única carreira a apresentar aumento significativo no quadro de servidores é a de guarda municipal

De 2017 ao primeiro semestre de 2022 a Prefeitura de Curitiba perdeu cerca de cinco mil funcionários públicos, entre estatutários e profissionais do magistério. Os dados estão numa resposta a um pedido de informação da vereadora Professora Josete a Secretaria Municipal de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação (SMAP) que contabilizam todas as contratações e desligamentos de servidores no período. Esse montante representa 18% dos 28 mil servidores municipais de Curitiba.

Os desligamentos contabilizados no levantamento incluem pedidos de demissão, demissão e aposentadoria. Um terço dos 5236 servidores que saíram e não foram repostos são profissionais do magistério, ou seja, trabalhadores da rede de escolas e centros de educação infantil do município. Outros 14% são professores da educação infantil.

Este ano a Prefeitura deverá abrir o primeiro concurso público para profissionais de 22 carreiras já com direito a cotas raciais. A seleção, porém, prevê a contratação de apenas 905 pessoas. As demais vagas estão sendo ocupadas por profissionais aprovados em Processos Seletivos Simplificados (PSS). Na educação infantil, por exemplo, foram selecionados cerca de 696 profissionais e contratados 731 no início deste ano para manter o atendimento nos CMEIs.

A diferença é que o PSS prevê contratos por tempo limitado e é destinado, originalmente, a atender demandas temporárias. Já o concurso público é a porta de entrada para uma carreira no serviço público, sem previsão de encerramento do contrato. Em carreiras em que a relação do profissional com a comunidade é importante, como a saúde e a educação, o servidor concursado tem maiores chances de estabelecer e manter este vínculo.

Ainda segundo os dados da SMAP, o maior número de desligamentos de servidores aconteceu em 2017, primeiro ano de Rafael Greca de volta à prefeitura. Nos três primeiros anos da gestão de Greca, uma média de 1600 servidores saíram da prefeitura por anos. Por outro lado, o maior volume de contratações por concurso aconteceu em 2019, com a incorporação de 966 novos servidores.

A única carreira que teve saldo positivo significativo no período foi a de guarda municipal. Foram contratados 480 novos guardas concursados, enquanto cerca de 270 se aposentaram ou foram demitidos, deixando um saldo de 210 novas contratações desde 2017. As demais carreiras ou ficaram estagnadas, ou tiveram saldo negativo entre contratações e demissões.

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3 comentários em “Em cinco anos Curitiba perdeu professores e ganhou mais guardas”

  1. Jorge, as câmeras na farda são extremamente necessárias, especialmente porquê os guardas municipais não tem nenhum tipo de monitoramento periódico em relação a estado psiquiátrico, psicológico ou toxicológico e também porquê esses guardas matam muita gente – tem também problema grave de suicídio dentre a classe.
    O que deveria te indignar é a compra de mais de 1000 armas de alto calibre que o Greca mandou benzer pelo diácono católico da Guarda Municipal.
    As pessoas em situação de rua são vítimas de um prefeito que não gosta de pobres e adora os ricos.
    O que deveria te indignar é o tanto de terrenos da prefeitura que são vendidos a valores baixos pra empresas e pessoas abastadas. Vereador Renato Freitas faz um combate frontal em relação a essas coisas e é por isso que o Rafael Greca e o Ratinho Jr perseguem Renato Freitas.
    Plural, faz uma matéria mostrando esses dados desses terrenos – coloque no mapa, sobrevoe com drone, pesquise quem são os donos das empresas. Pier Petruzziello e Rafael Greca tem que apodrecer na cadeia!

  2. Jorge Santana Cruz

    Pois é, agora ainda gastaram uma fortuna para colocar uma câmara no peito dos guardas, como se isso mudasse algo. E a População de rua nos atacando pelo centro , nunca vi tanta gente pelas ruas e sem nenhum trabalho efetivo com eles. Não entendo porque tanto investimento com esta guarda e as outras coisas esquecidas.

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