Deputado questiona governo se Barros participou da negociação da Sputnik V no PR

Barros está no centro de suspeitas de articular negociações superfaturadas da vacina Covaxin.

O deputado estadual Requião Filho (MDB) apresentou um requerimento nesta terça-feira (29) solicitando informações sobre as negociações do Paraná para fabricar a vacina Sputnik V. Além de informações gerais sobre as reuniões que tratavam da produção do imunizante no estado, o parlamentar também questiona se houve participação do deputado federal Ricardo Barros na negociação. Barros está no centro de suspeitas investigadas pela CPI da Covid no Senado de articular negociações superfaturadas da vacina Covaxin.

O documento foi direcionado tanto às autoridades do estado – como o governador Ratinho Jr., o secretário de Saúde Beto Preto e o chefe da Casa Civil Guto Silva – quanto ao presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) Jorge Callado. Nele, o parlamentar faz diversos questionamentos dentre eles:

“Quem procurou o Governo do Estado para firmar referida parceria ou oferecendo a produção da vacina pelo TECPAR?

Houve participação da embaixada da Rússia no Brasil ou da Embaixada do Brasil na Rússia nessas negociações? 

O Deputado Federal Ricardo Barros estava presente em alguma destas reuniões? Em caso positivo, favor fornecer locais, datas, participantes e o motivo da sua presença.

Referido Deputado teve algum tipo de participação nas negociações, oferecendo a possibilidade de produção da SPUTNIK pelo Paraná ou negociando a produção da mesma pelo laboratório UNIÃO QUÍMICA?” 

Segundo Requião Filho não é a primeira vez que informações sobre esse assunto são solicitadas. “Em fevereiro, já havia pedido informações sobre o assunto, mas não recebi uma resposta condizente com os questionamentos. Agora, diante da notícia de que o Laboratório União Química, do Paraná, tem como sócio Fernando de Castro Marques, figura próxima do deputado Ricardo Barros, isso chamou atenção de imediato, porque foi o mesmo deputado que também teve o nome mencionado pelos irmãos Miranda nas investigações da CPI da Covid no Senado, envolvendo a compra superfaturada da Covaxin pelo Governo Federal”, declara.

Por fim, o deputado afirma que com essas informações será possível deixar às claras o que aconteceu para que ocorresse a mudança nos planos do governo de produzir a vacina no estado: “Acredito que, se eles responderem nossos questionamentos, poderemos esclarecer para todo o Brasil, o que houve de fato que mudou os rumos do desenvolvimento da Sputnik V aqui no Paraná pelo Tecpar. Eles já haviam anunciado que teriam finalizado as pesquisas da fase 3 e estariam aptos a enviar para a Anvisa validar. O que houve com tudo isso? A CPI no Senado, que tenta esclarecer a compra da indiana Covaxin, trouxe novos questionamentos sobre desvios de verbas públicas para a área da saúde no país. Quem sabe estas descobertas também possam ajudar a esclarecer os mistérios envolvendo a suspensão repentina nas pesquisas para a fabricação da vacina russa aqui no estado.”

Em 12 de agosto, o Governo do Paraná firmou um memorando de entendimento com o Fundo de Investimento Direto da Rússia para ampliar a cooperação técnica sobre a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. No período também foi divulgado que o Estado do Paraná teria reserva orçamentária de 200 milhões de reais apenas para compra das vacinas. Com esse valor seria possível adquirir 10 milhões de doses da Sputnik V.

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