O curitibano José Eduardo Fernandes está rifando uma Brasília amarela, 1975, estilo Mamonas Assassinas, para custear as despesas com a saúde do filho, Felipe Fernandes, de dez anos. Por conta de complicações no parto, o menino teve paralisia cerebral e sofre crises de epilepsia de difícil controle. Ele é cuidado pelo pai e a madrasta, porque a mãe faleceu logo após dar à luz.
Há cinco anos José Eduardo organiza rifas para complementar a renda. Os custos mensais com o tratamento de Felipe ficam em torno de R$ 8 mil. Além dos medicamentos, a criança também é atendida por fonoaudiólogos, fisioterapeutas e babás.
Os sorteios das rifas começaram com eletrônicos e cosméticos. Ações que permitiram que José Eduardo comprasse uma Kombi para facilitar o transporte do filho. “A cadeira de rodas que ele usa não cabe em carros comuns, tem que ser em Kombis ou peruas”, explica.
Enquanto dirigia a Kombi José Eduardo sofreu um acidente e o carro foi para a oficina. Durante o conserto surgiu a ideia de fazer uma rifa do veículo. A iniciativa teve bons resultados e desde então foram rifados diversos veículos antigos.
Neste cenário ele decidiu dividir o que era levantado com as vendas e criou a ONG “Anjo Felipe”, que atualmente atende 35 famílias de crianças que têm doenças graves.
O problema é que o número de doações e compradores das rifas caiu drasticamente durante a pandemia. E isso impactou a organização, que agora passa por dificuldades. Em casa, José Eduardo demitiu duas das três babás que se revezavam no cuidado de Felipe.
“Está sendo muito difícil, por isso vim a público pedir ajuda. Ele não anda, não fala e sofre as crises. Eu e minha esposa não conseguimos dormir à noite porque ficamos preocupados com o Felipe”, lamenta.
O sorteio da Brasília será realizado assim que todos os números forem vendidos. Cada um custa R$ 17 e os cupons podem ser adquiridos através do site Rifas do Bem. Lá, também é possível conferir os ganhadores de rifas anteriores.