Consulta ao sistema de valores a receber ficará disponível segunda-feira (14)

Banco Central disponibilizou site exclusivo após instabilidade no acesso

As consultas ao Sistema Valores a Receber (SRV) do Banco Central (BC) serão retomadas, nesta segunda-feira (14), por meio de uma plataforma exclusiva. O objetivo é evitar que a grande quantidade de acessos coloque em risco o site do próprio BC, como ocorrido no mês passado, quando a demanda inesperada de acessos ao SRV derrubou a página.

Com o site exclusivo, valoresareceber.bcb.gov.br, não será possível “consultar ou solicitar valores” na página principal do BC, nem dentro do sistema Registrato. “No momento da consulta em valoresareceber.bcb.gov.br, o cidadão saberá se tem valor a receber [de instituições financeiras] e, caso positivo, receberá a data para conhecer esses valores e solicitar sua transferência, a partir do dia 7 de março de 2022”, informou o BC.

Caso, por algum motivo, o interessado perca a data, poderá fazer uma nova consulta, a qualquer momento, para ter acesso a novo agendamento. No site, há um passo a passo com todas informações necessárias para o resgate dos valores. “O cidadão nunca perde o direito sobre os valores em seu nome. As instituições financeiras guardarão esses recursos pelo tempo que for necessário, esperando até que o cidadão solicite a devolução”, diz nota do BC.

Ainda segundo o Banco Central, para acessar o Sistema Valores a Receber é necessário que o interessado tenha cadastro no site GOV.BR, nível prata ou ouro. O cadastro pode ser feito gratuitamente pelo aplicativo GOV.BR ou por meio da internet.

Alerta

O BC alerta sobre o risco de alguns golpes que podem ser aplicados. O serviço não será disponibilizado em nenhuma outra página da internet. Além disso, não serão feitos contatos telefônicos nem envio de links para as pessoas, para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

“Ninguém está autorizado a entrar em contato com o cidadão em nome do Banco Central ou do Sistema Valores a Receber. Portanto, o cidadão nunca deve clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram”, informa o BC, acrescentando que nenhum pagamento deverá ser efetuado para que se tenha acesso aos valores.

Vazamento

Após o vazamento de informações de mais de 220 milhões de cidadãos, em janeiro de 2021, possivelmente o maior da história do país, milhares de brasileiros sentem-se inseguros com a exposição e venda de seus dados na internet. O ocorrido abriu espaço para aplicação de diversos golpes em ambiente virtual. Entenda como verificar se seu CPF foi utilizado por terceiros.

Foram divulgados 37 bases de dados que continham nome, CPF, endereço, foto, renda, situação na Receita Federal, score de crédito, título de eleitor, escolaridade, classe social, estado civil, RG, título de eleitor, escolaridade, classe social, estado civil, emprego, INSS, FGTS, CNS, NIS, PIS e podiam ser compradas na internet por meio de criptomoedas.

Em março de 2021, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Deepwater para investigar o crime. Marcos Roberto Correia da Silva, um hacker de 24 anos, conhecido como “Vandathegod”, foi preso em Minas Gerais. O hacker já cumpria prisão domiciliar por participar do vazamento de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2020. Ele também já havia vazado informações dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e usou as redes sociais para anunciar a venda de informações.

Houve suspeitas de que o Serasa Experian teria sido o alvo base do ataque, uma vez que os dados contidos no sistema são semelhantes aos divulgados. Por meio do Twitter, Marcos afirmou que não tinha hackeado o Serasa e, sim, uma empresa privada ligada ao governo federal. O hacker é acusado de quebrar a segurança de cerca de 5 mil sites nos últimos anos, entre eles o sistema do Senado Federal, além de ser investigado pela Polícia Civil pelos crimes de invasão de dispositivo e estelionato. Em 2019, VandaTheGod já havia assumido o ataque que resultou na apropriação de dados médicos de mais de um milhão de cidadãos neozelandeses e, por meio do Twitter, anunciava a comercialização das informações. Valor: 200 dólares em Bitcoins (BTC).

Apesar dos numerosos e sofisticados ataques, Marcos deixou várias pistas pelo caminho, principalmente no começo de sua carreira como hacker, sendo possível rastreá-lo.

Com informações da Agência Brasil.

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