Com ajuda da população, pesquisa mapeia pontos de alagamento em Curitiba

Estudo da PUCPR quer descobrir qual o impacto dos alagamentos na cidade a partir da percepção dos curitibanos; população pode responder a um formulário online

Desde o ano passado, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) estão elaborando um mapa com os pontos de alagamentos de Curitiba com base nas experiências dos moradores. O estudo depende da participação voluntária da população, que pode responder ao formulário até março deste ano. 

Desenvolvida por professores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU), do Laboratório de Cidades (LabCidade) e do Laboratório do Clima (LabClima) da PUCPR, a pesquisa parte da consulta aos moradores da cidade para entender de maneira eles são afetados pelos problemas de drenagem urbana. 

A coleta dos dados é realizada por meio do preenchimento de um formulário online que contempla questões como bairro onde a pessoa presenciou o alagamento; se mora, estuda ou trabalha no local ou se estava apenas passando pela localidade durante a chuva; se o ponto de alagamento está próximo de um rio, entre outras.

De acordo com o engenheiro ambiental e coordenador do estudo, Altair Rosa, a metodologia utilizada – conhecida como “ciência cidadã” pois consiste na parceria entre população e cientistas no levantamento de dados – permite um mapeamento com relatos de quem vivencia os alagamentos e enchentes no dia a dia. 

Além disso, os pesquisadores estão reunindo reportagens de veículos de imprensa sobre a ocorrência de inundações e enchentes na capital, e realizando a leitura de imagens de satélite para identificar as ilhas de calor na cidade.

O objetivo da pesquisa, segundo Rosa, é entender o que pode estar causando os alagamentos, uma vez que Curitiba é considerada uma cidade estruturada em relação aos aspectos de saneamento.

“Pode ser falta de manutenção da galeria de drenagem existente, ou por algum motivo ela não está dimensionada corretamente. Talvez o sistema que temos hoje não seja suficiente para a demanda que existe. Queremos saber se o que as pessoas estão vivenciando bate ou não com os dados da prefeitura e por quê.”

Para o pesquisador, o estudo pode inclusive tornar-se uma ferramenta de gestão pública que auxilie na criação de políticas públicas de melhoria do sistema e ações de combate aos alagamentos. “Queremos indicar algumas técnicas alternativas sustentáveis que podem se somar ao sistema tradicional de drenagem e solucionar esses problemas”, afirma.

Bairros

Por enquanto, com 1.300 respostas, os pesquisadores encontraram pontos de alagamento na maior parte da cidade. As áreas mais citadas são Novo Mundo, Vila Fanny, Parolin, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Boqueirão e Centro, conforme Rosa.

Regiões que tiveram pouca ou nenhuma menção foram São João, Abranches, Lamenha Pequena, São Miguel, Umbará, Boa Vista e Uberaba. 

Rosa alerta, no entanto, que cada área tem características específicas, o que significa que os eventos climáticos afetam as regiões de forma diferente. “O impacto que a chuva causa no Centro é diferente do causado no Parolin, por exemplo. Além disso, o microclima de cada local faz com que a intensidade das precipitações seja diferente entre os bairros.”

Mapa com os resultados parciais encontrados pela pesquisa. Imagem: Divulgação/PUCPR

Como participar

O projeto ainda está recolhendo participações e qualquer pessoa pode responder ao formulário. Basta acessar este link

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