“Círculo poderia captar mais para o esporte”, diz candidato de oposição

Candidato que conseguiu cancelamento da eleição com chapa única diz que falta interesse na captação de mais recursos para atletas

A disputa pela presidência do Clube Círculo Militar do Paraná (CMP) é uma disputa entre a área social e a área esportiva, segundo o candidato da oposição, Julio Cesar Mulaski, da chapa Novo Círculo. A eleição que aconteceria no último dia 5 de agosto foi suspensa após Mulaski entrar na Justiça para questionar o que chama de falta de transparência no processo. “Sou parte da área esportiva do clube. A atual gestão tem uma condução muito voltada para o social”, diz. Ainda não há definição sobre a retomada do processo eleitoral.

Tenente Coronel da reserva do Exército, Mulaski diz que o clube poderia, por exemplo, captar mais recursos para o esporte via Lei Pelé. Como exemplo, aponta que o CMP hoje recebe menos recursos que o Santa Mônica Clube de Campo. Segundo a prestação de Contas do Santa Mônica, nos anos 2021 e 2022 foram recebidos pela instituição R$ 4,5 milhões e R$ 3,6 milhões, respectivamente. O CMP segundo as prestações de contas disponíveis no site do clube, recebeu da mesma fonte R$ 2,6 milhões em 2021.

Esses recursos, defende Mulaski, são para investimento na formação de atletas de base, mas sua aplicação no clube “beneficia os associados também”. “Temos espaços ociosos que poderiam estar ofertando modalidades aos associados”, completa. “A falta de interesse limitou a captação enquanto há custos que saem do bolso dos atletas”, completa.

O candidato também diz que falta transparência, inclusive na condução da eleição. A primeira crítica é a exigência de incluir na chapa candidata a indicação dos conselheiros do clube. “Como é que vamos fazer os candidatos ao conselho responsáveis por fiscalizar a direção assinarem um termo de compromisso com a chapa candidata?”

Ele acha difícil preencher todos os cargos com militares. “São 46 militares para compor a chapa”, diz. Hoje, o CMP tem apenas 15% de associados militares. O restante são civis, mas a diretoria e os conselhos são todos destinados a militares. “Falta gente. Precisaria adequar a proporção”, continua.

Outro erro da atual diretoria, diz, foi ter colocado o Conselho Deliberativo para decidir pelo não registro da chapa de oposição. “Era necessária uma Comissão Eleitoral independente. O Conselho não é isento para conduzir o processo”, aponta. “O registro da nossa chapa foi rejeitado Conselho Deliberativo do CMP com justificativas que não fazem sentido”, questiona.

Para o candidato, como o CMP é parte do Comitê Brasileiro de Clubes e recebe recursos da Lei Pelé, o processo eleitoral deveria ser conduzido com maior transparência conforme definido na legislação. “Não pode ser uma eleição de chapa única”, conclui.

O CMP não é o único clube de Curitiba a receber recursos da Lei Pelé. Desde 2015, quando a Confederação Brasileira de Clubes (CBC) assinou o convênio com o Ministério do Esporte para receber recursos para a formação de atletas de base, outras entidades da cidade passaram a poder captar recursos para isso. Já em 2015, o Ministério aprovou o repasse para o Santa Mônica Clube de Campo de R$ 798.754,28, para o Clube Curitibano de R$ 1.608.164,04, para a Sociedade Thalia de R$ 874.331,00 e para o Círculo Militar do Paraná no total de R$ 701.058,90.

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