Após reportagem do Plural, UFPR revoga títulos Honoris Causa de ditadores

Em junho do ano passado reportagem do Plural revelou a existência dos títulos de doutor Honoris Causa a agentes da ditadura. À época reitor Ricardo Marcelo Fonseca disse que levaria questão ao Conselho Universitário

Nesta segunda-feira (01) a Universidade Federal do Paraná (UFPR) revogou títulos de doutor Honoris Causa a agentes da ditadura cívico-militar no Brasil. A ação aconteceu nove meses depois de a reportagem do Plural revelar a existência de tais homenagens, após uma denúncia de um servidor.

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná (Coun) se reuniu nesta tarde e  cassou os títulos de Humberto de Alencar Castelo Branco; em 18 de setembro de 1968, ao presidente Artur Costa e Silva; e em 13 de janeiro de 1976 (com a entrega ocorrendo em 16 de janeiro de 1981), ao presidente Ernesto Geisel, conforme revelou Plural.

À época o reitor Ricardo Marcelo Fonseca disse que desconhecia a existência dos títulos até ser contatado pelas repórteres do jornal. Depois declarou que analisou pessoalmente a documentação que já havia sido checada pela equipe (veja aqui) para pautar a revogação no Conselho.

Dia do Golpe

“Este é também o momento de reafirmar o compromisso da Universidade Federal do Paraná com a Justiça: termo milenar e cheio de significados, termo que em tantos momentos já serviu para implementar o seu exato oposto (a injustiça), termo complexo e equívoco, mas que aqui é usado num dos seus sentidos mais fortes, o de reparação” […] “Isso se constitui num dever nosso, um exercício absolutamente necessário”, diz texto publicado por Fonseca (leia a íntegra aqui).

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Além dos presidentes militares da ditadura a UFPR também homenageou o ministro da Educação no governo Castello Branco, Raymundo Augusto de Castro Moniz de Aragão, e os ministros Alfredo Buzaid e Jarbas Passarinho, que comandavam as pastas da Justiça e da Educação durante o governo Médici, também foram homenageados pela instituição. Eles receberam as honrarias em 1966, 1970 e 1972, todos do primeiro escalão ditatorial.

A revogação dos títulos ocorre quando o golpe cívico-militar completa 60 anos e em meio às tentativas de apaziguamento do Governo Federal com as forças armadas.

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