Os servidores públicos da prefeitura de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, entraram em greve na manhã desta segunda-feira (7). Entre outras reivindicações, os funcionários públicos pedem correção da inflação, reajuste no vale alimentação, recomposição salarial de 18% e aumento linear de R$ 500 incorporados aos salários. Na sexta-feira (4), a prefeitura havia conseguido uma liminar contrária à paralisação, mas o Sindicato dos Servidores de Araucária (Sifar) decidiu não cumprir a medida.
Em nota, o Sifar alega que há falta de diálogo com a prefeitura, que cancelou mesas de negociações ao menos três vezes. “O prefeito [Hissam (Cidadania)] vem descumprindo o compromisso ao longo do ano de 2021, ao não negociar a recomposição, como fizeram os demais municípios, e mantém o congelamento salarial desde 2020 […] não concede reposição inflacionária e nem sequer recebe os sindicatos.” Ao Plural, a assessoria de imprensa do município disse que está prevista uma nova reunião para o mês que vem.
Procurada pela reportagem, a direção da entidade informou que ainda não havia percentual de adesão dos servidores à paralisação, mas que a cifra seria atualizada no fim da manhã desta segunda-feira. De acordo com a coordenação geral do sindicato, os serviços essenciais de saúde serão mantidos durante a paralisação, que não tem data para ser encerrada.
Notificação
O Ministério Público do Trabalho (MPT) enviou uma notificação para a prefeitura de Araucária para que o município participe de uma audiência na próxima semana. O documento é assinado pelo procurador do Trabalho Alberto Emiliano de Oliveira Neto.
Em nota, o Sifar diz que segue aberto ao diálogo e espera que a prefeitura cumpra a decisão do MPT, “negociando o reajuste salarial que está há mais de mil dias defasado”. A assessoria de imprensa da prefeitura foi questionada sobre a notificação pelo Plural, mas até o fechamento desta edição não havia se manifestado.
Liminar
Na última semana a prefeitura conseguiu uma liminar na Justiça, que considerou a greve ilegal. O documento autoriza o município a descontar os dias não trabalhados e ainda estipula multa diária de R$ 10 mil ao Sifar em caso de descumprimento da decisão. No mesmo dia o departamento jurídico do sindicato recorreu da decisão.