Ano em Curitiba foi marcado por casos de racismo. Relembre

Perseguição por fiscais em mercado, xingamento em posto de gasolina e caso dentro da PUC chamaram a atenção da cidade

O ano de 2023 foi marcado por diversos episódios graves de racismo e injúria racial em Curitiba. Em alguns casos, os responsáveis estão sendo investigados ou punidos por seus atos. Relembre algumas dessas histórias aqui:

Protesto no Atacadão

Isabel Oliveira: seminua em protesto contra racismo em mercado. Foto: Reprodução/Instagram
Isabel Oliveira: seminua em protesto contra racismo em mercado. Foto: Reprodução/Instagram

A professora Isabel Oliveira tentava fazer compras no Atacadão em junho deste ano quando notou que estava sendo vigiada de maneira insistente por um segurança. Depois de se sentir humilhada, como se estivesse tentando roubar algo, ela protestou voltando ao mercado só com roupas de baixo e com uma inscrição no corpo perguntando se ela era uma ameaça. Depois deste caso e de outros semelhantes, o Atacadão informou que mudaria sua política de fiscalização nas lojas.

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Conselheira condenada

O caso de racismo envolvendo Anoema Lopes Santana ocorreu no fim de 2022. Dentro da Câmara de Curitiba, ela disse para um funcionário que havia lhe servido água que os negros são serviçais dos brancos. Teria dito ainda que pretos “quando não cagam na entrada cagam na saída”. Em 2023, Anoema, que foi presa em flagrante na ocasião, acabou condenada pelo Tribunal a indenizar o segurança em R$ 5 mil e pegou pena de 1 ano e três meses, que será cumprida em regime aberto. Apesar do crime cometido e da condenação, Anoema segue como Conselheira Municipal de Saúde.

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Racismo e xenofobia

Um dos casos que mais chamou a atenção foi o de um homem que, num posto de combustíveis no Boqueirão, agrediu verbalmente dois funcionários e ainda ameaçou os dois fisicamente. O homem, identificado mais tarde como Marcelo da Silva, foi cobrado por comer um macarrão instantâneo e começou com as agressões. Dizendo ser empresário, ele é flagrado em vídeo dizendo para o funcionário, que é negro, que “se você ganha R$ 4 mil nessa bosta eu pago três vezes mais para ficar aqui te xingando de neguinho, seu otário, nordestino dos infernos”. Marcelo virou réu num processo movido pelo Ministério Público e responde pelo crime em liberdade.

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Gralha “Branca”

Estatuetas do Troféu Gralha Azul. (Foto de: Maringas Maciel/CCTG)
Estatuetas do Troféu Gralha Azul. (Foto de: Maringas Maciel/CCTG)

O troféu Gralha Azul, mais importante premiação do teatro paranaense, foi acusado de relegar artistas negros a segundo plano e chegou a ser chamado por críticos de “Gralha Branca”. Os protestos começaram quando quase todos os atores e técnicos negros indicados perderam os prêmios. Cobrados pelo movimento negro, o Sated, sindicato que representa os trabalhadores e trabalhadoras do teatro no Paraná, e o Teatro Guaíra, falam agora em promover mudanças na premiação a partir do ano que vem.

“Macacada”

Durante a Feira de Afro Empreendedores, programada pela PUC como parte do Mês da Consciência Negra, um dos presentes encontrou uma ofensa racista na parede do banheiro masculino do edifício. O Plural apurou que logo após os responsáveis da instituição serem avisados sobre a existência da frase “A macacada ‘invadil’ o bloco azul” acompanhada por um desenho parecido com uma suástica na parede do espaço, uma equipe de limpeza e segurança foi mobilizada e prontamente apagou a ofensa. Não houve registro oficial do caso ocorrido, como boletim de ocorrência ou notificação. 

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Casa da Estudante

A Casa da Estudante Universitária de Curitiba (CEUC), ligada à Universidade Federal do Paraná (UFPR), registrou dois casos de discriminação em 2023. A primeira delas, em janeiro, já envolvendo suásticas, foi tanto um caso de racismo quanto de antissemitismo. Em fevereiro, as moradoras encontraram uma suástica na porta do elevador da casa e cartazes em defesa do movimento negro rasgados.

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