A entrada para uma vaga na Assembleia Legislativa ficou 52% mais cara em 2022, mostram os dados parciais de receitas dos candidatos eleitos no Paraná. Mas essa não é a história completa. No detalhamento, o que se vê e que os grandes partidos como PSD, União, PP e PT gastaram menos por mais vagas na Casa, enquanto as siglas menores tiveram que gastar mais para manter e, em alguns casos, reduzir a participação no legislativo estadual.
Isso acabou concentrando ainda mais o poder entre os partidos, e diminuindo o número de legendas representadas na casa. Em 2018, 20 partidos elegeram deputados no Paraná. Este ano foram só 12. Além disso, na eleição passada os 5 partidos com maiores bancadas (PSD, PSB, PSC, PSL e PT) controlavam 27 assentos (metade das vagas) na Casa. Este ano, os cinco maiores partidos na Assembleia (PSD, União, PP, PL e PT) controlam 39 vagas (70% do total).
Entre os maiores partidos, o maior crescimento foi do PSD, partido do governador reeleito, Ratinho Júnior. Com 6 deputados eleitos em 2018, o PSD agora detém 15 assentos. O aumento, porém, já está em efeito e foi consequência da migração de muitos deputados eleitos em 2018 para a legenda em 2021 e 2022. Com isso, além de aumentar o pedaço que controla na Assembleia, o PSD gastou 34% a menos por deputado eleito (foi de R$ 1,4 milhão para R$ 900 mil).
O PSD também foi um dos partidos com maior investimento de doações de campanha na disputa pela Assembleia. 75% dos R$ 8 milhões gastos pelo partido na disputa vieram de doações, uma situação bem diferente da média geral, que foi de 61% de participação de outras fontes de recursos além dos fundos públicos na campanha. Desses R$ 6 milhões de outras fontes da campanha do PSD, 43% vieram dos próprios candidatos e outros 40% de doações de pessoa física (a legislação eleitoral não permite mais doações de empresas).
Movimento contrário foi registrado no PDT, que tinha conquistado duas vagas em 2018 a um custo por deputado eleito de R$ 1,3 milhão. Este ano, o PDT conseguiu só reeleger Goura como deputado estadual, uma vaga que custou quase R$ 2 milhões para o partido. No Podemos, que elegeu um deputado por R$ 1,4 milhão em 2018, este ano gastou R$ 3,4 milhões e ficou sem representação na Casa.
Quociente eleitoral
Uma outra alteração significativa entre a eleição de 2018 e a de 2022 é o aumento do quociente eleitoral na Assembleia, ou seja, o total de votos necessários para eleger um deputado estadual, que foi de 91 mil votos para 111 mil votos. Isso é resultado de um aumento no total de pessoas que efetivamente votaram para deputado estadual.
Em 2018, o total de eleitores na disputa pela Assembleia foi de 5,7 milhões no Paraná. Este ano tivemos um milhão de eleitores a mais, o que mostra um maior envolvimento do eleitorado na disputa pelo parlamento.
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