“Só Deus me tira daquela cadeira”, diz Bolsonaro durante Marcha para Jesus em Curitiba

Evento teve tom político e serviu para reforçar os laços entre o presidente o público evangélico

João Paulo Brollini costuma vender, em média, R$ 50 em doces em meio período pelas ruas de Curitiba. Enxergou na Marcha para Jesus uma oportunidade para turbinar o orçamento. Não foi o que aconteceu. O rapaz, até o meio do evento, tinha lucrado apenas R$ 4.

O mesmo aconteceu com Edenilson Pinto da Costa, que às 8 horas da manhã já estava a postos com bandeiras do Brasil e faixas com o nome de Jesus em mãos. Cada bandeira custava R$ 20 (houve quem comercializasse a R$ 65) e das 50 unidades levadas por Costa, apenas 15 foram compradas. As faixas, mais baratas, eram vendidas a R$ 10 cada e renderam R$ 300 a mais no orçamento do vendedor, embora ele esperasse mais.

Apesar de os negócios serem tímidos, milhares de pessoas estiveram na Marcha para Jesus, sobretudo pela presença do presidente Jair Bolsonaro (PL). A Polícia Militar (PM), até o início desta tarde de sábado (21), não havia feito a estimativa oficial.

Apesar do sorriso, as vendas de Edenilson foram fracas durante a marcha para Jesus | Foto: Aline Reis/Plural

O evento voltou a acontecer depois de dois anos, e além da questão religiosa, também teve um tom político. Em cima do trio elétrico que percorreu as ruas centrais de Curitiba até a frente do Palácio do Iguaçu, sede do Governo do Estado, além do presidente estavam o governador Ratinho Jr., o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), e deputados da base bolsonarista.

Hiperconectados, os parlamentares promoviam um festival de fotos e lives nas redes sociais. Da Assembleia Legislativa do Paraná, Gilson de Souza (PL) e soldado Fruet (Pros) marcaram presença. Da Câmara Federal o líder do governo Ricardo Barros (PP), e os deputados Christiane Yared (PP), Paulo Eduardo Martins (PL) e Filipe Barros (PL) também marcaram presença, além de outros políticos, apoiadores incluindo o ex-lutador de mma, Vanderlei Silva. Era tanta gente em cima do trio elétrico, que a organização pediu mais de uma vez para que figuras menos importantes, como os assessores, se retirassem para garantir a segurança.

Após sair da praça Santos Andrade, o carro de som parou na praça 19 de Dezembro para que o presidente, enfim, falasse com o público, que se manifestava de forma alternada entre palavras religiosas e gritos de “mito”. Os pastores chegaram a puxar um “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”, jargão conhecido do presidente.

Na praça, Bolsonaro agradeceu a Deus pela própria vida, pela missão e disse que hoje o Brasil tem um presidente e um governo que defende a família brasileira.

Ele também pediu a Deus que lhe desse mais sabedoria, “mais força para resistir e coragem para decidir”.

Já num momento mais eleitoreiro, agradeceu ao apoio dos participantes. “Nós juntos, com fé, atingiremos os nossos objetivos. É uma missão que eu tenho e só Deus me tira daquela cadeira [presidencial]”.

No Paraná, Bolsonaro lidera as intenções de voto com mais de 42%, de acordo com pesquisa do IRG divulgada nesta semana.

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3 comentários em ““Só Deus me tira daquela cadeira”, diz Bolsonaro durante Marcha para Jesus em Curitiba”

  1. Mariléa Iantas

    Deus vai tirá-lo, sim.
    Pois, Deus é o Deus da vida. E, vida em abundância.
    Esse ser apoia a morte e deixou mais de 600 mil pessoas morrer sem vacina, além daqueles e aquelas que estão morrendo de fome ou comendo osso.
    Por isso, O Deus da Vida, vai tirá-lo sim.

  2. Daniele Martins

    Quem vi tirá-lo daquela cadeira é o povo, pois ainda vivemos em um democracia e não numa teocracia como é o sonho dele e de tantos autocratas de nosso país.

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