Sindicatos reagem contra a proposta de privatização de hospitais

Estão na mira da iniciativa privada os hospitais de Telêmaco Borba, Ivaiporã e Guarapuava

O governador reeleito, Ratinho Jr. (PSD), enviou um “pacotaço” na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e entre as propostas está a terceirização da administração de três hospitais estaduais que ficam em Telêmaco Borba, Ivaiporã e Guarapuava. Sindicatos que representam profissionais de saúde, no entanto, protestaram contra a inciativa.

A ideia de Ratinho é que entidades privadas sem fins lucrativos possam administrar esses hospitais por 20 anos, com direito a prorrogação por mais 20, por meio de licitação.

A estrutura física dos três hospitais foi feita com dinheiro público e todos foram inaugurados em 2020 e somados têm 90 espaços de UTI e 80 leitos de enfermaria, de acordo com o Governo do Estado.

Agora, se a proposta de privatização de Ratinho Jr. for aprovada, toda estrutura será repassada para iniciativa privada. O texto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, mas houve reação de entidades de classe.

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) disse estar surpreso com a iniciativa porque em nenhum momento durante a “recentíssima” campanha eleitoral o governador demonstrou a intenção de privatizar hospitais.

Um documento divulgado pelo Simepar diz que o governador quer “surpreender a população, talvez acreditando estar esta distraída com a Copa do Mundo, mediante instituição de um amplo sistema de terceirização de serviços públicos de saúde”.

Além disso, o sindicato também traçou um paralelo com as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Curitiba que são gerenciadas pela iniciativa privada. Na UPA do CIC, por exemplo, médicos tiveram salários atrasados porque a empresa disse que o repasse da prefeitura é insuficiente para cobrir os custos. À época o repasse mensal era de R$ 1,7 milhão.

Também se manifestou o Sindicato dos trabalhadores em Saúde do Paraná (SindiSaúde), que afirmou que vai à Justiça para barrar “mais esse retrocesso”. “Ratinho Junior dá mais um passo no sentido de privatizar o setor. Vamos atuar para reverter esse quadro”, disse a diretora do Neiva Ione.

Votação

O projeto de lei deve ir ao plenário da Alep na próxima semana – em meio à fase de mata-mata da Copa do Mundo e deve enfrentar resistência pouco numerosa entre os parlamentares.

Tadeu Veneri (PT), que deixa a Alep neste ano para assumir uma cadeira em Brasília, na Câmara dos Deputados, criticou a postura do governador. “Ratinho Junior acha que a reeleição deu a ele o direito de desmontar e negociar toda a estrutura de serviços públicos. Essa postura não pode avançar”.

Cristina Silvestri (PSDB), que é membro da CCJ, mencionou que o PL deixa questionamentos como onde serão investidos os recursos de uma eventual concessão e o que vai acontecer com o quadro de servidores.

Atualmente o projeto está na Comissão de Finanças e Tributação e o deputado Arilson Chiorato (PT) fez o pedido de vista. A bancada de oposição deve apresentar emendas para barrar a privatização.

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2 comentários em “Sindicatos reagem contra a proposta de privatização de hospitais”

  1. Requião agora é petista, mas por conveniência. Ele precisava de um lugar pra se encostar. Ele nunca que iria ganhar, os sindicatos deveriam estar no pescoço do PT por ter escolhido um sujeito rejeitado por 80% dos eleitores no Paraná. PT sempre faz disso aqui. Nada vai mudar enquanto os agentes do Grupo Declatra estiverem nas presidências do PT internamente.

  2. sindicatos deviam ter reagido quando o PT escolheu o Requião pra ser candidato ao governo. Perda de tempo né amores?! Agora já é tarde. Esse PT só faz asneira no Paraná. Só o Renato Freitas que presta desse bando aqui no Paraná.

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