Quase metade dos vereadores de Curitiba pretende disputar cargos de deputado

18 dos 38 vereadores da atual legislatura são pré-candidatos ou não descartaram se lançar a novas campanhas nas eleições de 2022

Quase metade dos atuais 38 vereadores de Curitiba são pré-candidatos ou estudam a possibilidade de disputar um novo cargo nas eleições gerais deste ano. A projeção, a partir de um levantamento prévio feito pelo Plural, é de que ao menos 12 parlamentares saiam em campanha por uma cadeira na Assembleia Legislativa (Alep) e outros seis, à Câmara dos Deputados (veja tabela).

No cenário hipotético em que todos os 18 fossem eleitos – algo com baixíssima probabilidade de ocorrer – , o legislativo municipal sofreria uma inversão e passaria a ser representado por uma maioria de vereadores em primeira posse.

Em 2020, 18 eleitos assumiram pela primeira vez uma vaga na Câmara Municipal; o número subiria para 22 com a entrada de 12 suplentes nunca antes conduzidos à Casa – dos quais oito ocupariam gabinetes deixados por parlamentares de mandato inicial. Por outro lado, seis velhos nomes retornariam ao Palácio Rio Branco.

Na mesma perspectiva, a bancada feminina também sofreria impacto. Entre as vereadoras, apenas duas das sete da atual legislatura, Indiara Barbosa e Amália Tortato, não se lançarão candidatas, em cumprimento ao estatuto do Partido Novo, ao qual são filiadas. O documento atual da legenda proíbe vereadores e deputados de deixarem mandato antes do fim para disputar outro cargo.

Assim, caso as cinco outras parlamentares com pré-campanha em articulação deixem a Câmara, o conjunto de vereadoras, já contando com suplentes, encolheria de 7 para 6 cadeiras, ainda que uma das substituições possíveis seja de um mandato coletivo de mulheres do PT. A Mandata Coletiva das Pretas, oficialmente registrado em nome da candidata Giorgia Prates, também é representado por Andreia de Lima e é a terceira suplência do PT – partido que terá seus três nomes da Câmara em campanha para outubro.

Se ocupassem gabinete vago, a mandata coletiva também ajudaria a manter o mínimo de representatividade negra na Câmara. Hoje o legislativo municipal tem dois parlamentares negros: Carol Dartora e Renato Freitas, e os dois já confirmaram pré-candidatura à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa, respectivamente. Também teria chances de se juntar à bancada negra o ex-vereador Mestre Pop, primeiro suplente do PSD, partido que terá três vereadores de Curitiba em disputa nas eleições de 2022.

Improvável

Apesar do cenário, a base de apoio do prefeito Rafael Greca (União Brasil) deve permanecer praticamente intacta, ajudando o mandatário a manter votos favoráveis na reta final de sua gestão.

Isso porque, pelas regras eleitorais, a vacância é ocupada sempre por um suplente da mesma coligação ou partido, o que freia oscilações drásticas no perfil dos plenários.

Há ainda que se considerar a baixa probabilidade de que todos os vereadores com intenção de concorrer sejam eleitos. A história recente mostra insucesso dos parlamentares municipais nas eleições gerais.

Em 2018, apenas o então vereador Goura (PDT) foi eleito deputado estadual entre todos os parlamentares de Curitiba que disputaram cargos na Assembleia Legislativa e em Brasília. Em 2014 e em 2010, nenhum vereador candidato conseguiu chegar a outra instância do legislativo. Desde o início de 2000, foi em 2002 que os vereadores curitibanos obtiveram maior sucesso nas urnas para cargos de deputado: Mauro Moraes, Arlete Caramês e Tadeu Veneri à Alep, e Jorge Samek e Clair da Flora Martins à Câmara Federal.

Muito da dificuldade tem a ver com as normas que definem os eleitos no sistema proporcional.

Ao contrário do sistema majoritário – aplicado a presidente da República, governadores, senadores e prefeitos –, candidatos a vereadores e deputados são submetidos a regras de quocientes baseadas não apenas no voto nominal, mas também no total recebido pelo partido ou coligação em relação ao total de cadeiras disponíveis. A fórmula explica porque candidatos com votação expressiva conseguem eleger outros nomes de mesma coligação ou partido que, se não fosse pelo sistema, teriam ficado de fora.

Nas eleições de 2018, por exemplo, os então vereadores de Curitiba Pier Petruzziello (antigo PTB), Professor Euler (PSD), Herivelto Oliveira (Cidadania), Cristiano Santos (PV), Sabino Picolo (DEM), Marcos Vieira (PDT) e Felipe Braga Côrtes (PSD) tiveram mais votos que o total recebido pelo último da lista de eleitos a deputado estadual. O tenente Everton conquistou uma das cadeiras com 13.047, puxado na esteira dos 427.749 obtidos pelo correligionário Delegado Fernando Francischini – hoje cassado.

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1 comentário em “Quase metade dos vereadores de Curitiba pretende disputar cargos de deputado”

  1. Renato Freitas tem que ser nosso Ministro da Segurança ou vice-presidente.
    Alguém fala pro Lula por favor!

    Minhas escolhas:
    Presidente PT/Lula
    Governador candidato que o PT apoiar – por enquanto o Requião.
    Senadora Jacque Parmigiani PT13
    Dep Federal Carol Dartora PT13
    Dep Estadual Professora Josete PT13 (desculpe Renato gatinho, mas vc tem que ajudar do lado do presidente!)

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