Murilo ia assistir à posse de Lula. Acabou subindo a rampa com o presidente

Talvez um dos jeitos mais garantidos de deixar alguém assustado seja dizer: “Não se assuste com o que vai acontecer”. Pior ainda se a pessoa do outro lado da linha diz que não pode contar do que se trata, e […]

Talvez um dos jeitos mais garantidos de deixar alguém assustado seja dizer: “Não se assuste com o que vai acontecer”. Pior ainda se a pessoa do outro lado da linha diz que não pode contar do que se trata, e que vai ser uma surpresa. E foi exatamente isso que aconteceu com o professor Murilo Quadros, de 28 anos, assim que ele e a mãe chegaram a Brasília para ver a posse de Lula.

Quando começou a viagem de Curitiba para Brasília, Murilo achava que seu rosto seria mais um no meio da multidão – estaria entre as centenas de milhares de pessoas que se aglomeraram neste domingo (1) em frente ao Palácio do Planalto. “A gente sempre apoiou esse governo, e a ideia era só ver a posse do Lula mesmo”, conta ele.

Mas a ligação da sexta mudou tudo. Quem procurou Murilo foi uma assessora de Janja, a nova primeira-dama do país. As instruções não eram claras. Murilo devia estar preparado numa determinada hora para ser buscado por uma van. E não devia se assustar com o que viria depois. Mais do que isso, a assessora não estava autorizada a falar.

Amiga de Janja

Janja era conhecida da família desde que estudou Ciências Sociais junto com Margarida, a mãe de Murilo, na UFPR. “Minha mãe trabalhou na Prefeitura de Curitiba e hoje está aposentada. Mas é formada em Sociologia, as duas estudaram juntas”, conta Murilo.

“Eu comecei a desconfiar de alguma coisa quando falaram que a entrega da faixa seria uma surpresa. Mas pensei: não, não pode ser isso”, diz Murilo, que acaba de voltar de uma bolsa Fullbright nos EUA. Formado em Letras por uma instituição de ensino federal, a UTFPR (criada no governo Lula), Murilo tinha sido escolhido para representar os professores e a juventude. Mas no quê?

Na noite anterior, veio a primeira surpresa: Murilo e a mãe foram jantar num hotel e descobriram que Lula, junto com Janja, e mais algumas pessoas próximas, estavam no restaurante em frente. Os dois não tiveram dúvidas e aproveitaram a enorme coincidência. “Tiramos fotos, abraçamos. Como era uma coisa mais privativa não tinha tanta segurança”, diz ele.

A surpresa

Na manhã seguinte, quando chegou ao ponto para esperar a van, Murilo encontrou mais dois colegas de “surpresa”. Os três estavam empolgados, mas foram vendo o tamanho do susto quando chegaram ao Palácio (a mãe de Murilo ganhou permissão para assistir à posse de dentro do Planalto).

Foi tudo muito rápido. Breves recomendações de como cada um deveria agir quando Lula e Janja chegassem com Alckmin e a esposa, Lu. Sem ensaio nem tempo para muitas perguntas. Só dava tempo de tentar acalmar e não suar demais naquele calor – ainda mais que Murilo estava de terno.

“A Janja é ótima, já tinha falado com ela, e no minutinho que a gente teve contato na rampa deu pra ver que ela está sempre querendo que as pessoas se sintam bem, é impressionante”, diz Murilo.

Ao chegar ao topo da rampa do Planalto, Murilo foi “um oitavo” da entrega da faixa, como ele mesmo diz. Junto com Raoni, dois membros da Vigília Lula Livre, e representantes de setores da sociedade, ele participou da cena que correria o mundo.

“Foi daquelas coisas que só acontecem uma vez na vida”, diz ele, que se considera ligeiramente mais à esquerda de Lula. “Tenho muita esperança no que vem por aí. A Frente Ampla tinha que ganhar e ganhou. O Lula é experiente, vai dar certo”, diz ele. A posse, pelo menos, deu certo até demais.

Sobre o/a autor/a

5 comentários em “Murilo ia assistir à posse de Lula. Acabou subindo a rampa com o presidente”

  1. Criar e transformar sao duas coisas completamente diferentes. O Cefet foi transformado em Utfpr.
    Entao o carnica nao criou nada.
    Entendeu Luana? Nao, né?

    1. Rosiane Correia de Freitas

      Oi Tuany, a transformação de instituição de ensino superior em Universidade não é só protocolar. Para ser universidade há critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Educação, como a implantação de programas de pós-graduação strictu sensu, a qualificação dos docentes e a criação de cursos de graduação em todas as áreas. No Cefet, o principal desafio foi justamente a criação de cursos de graduação fora da área técnica. Ou seja, antes da transformação em universidade a UTFPR recebeu recursos e estrutura para a criação de cursos de graduação em todas as áreas em todos os cinco campi da instituição. A assinatura do termo de conversão é o coroamento desse esforço.
      Entendeu?

  2. LEI Nº 11.184, DE 7 DE OUTUBRO DE 2005.

    “Dispõe sobre a transformação do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná em Universidade Tecnológica Federal do Paraná e dá outras providências.”

    Em 2005 o Lula estava como Presidente.

  3. Que mentira deslavada que a Utfpr foi criada no governo Lula.
    Meu deus, voces nao fazem putra coisa a nao ser mentir e distorcer tudo.
    Seja homem, rapaz!

  4. Wellington Dias Moreira

    A posse de Lula foi um verdadeiro show de democracia. A entrega da faixa é fato maravilhoso, histórico que irá inspirar gerações várias de historiadores e políticos. Muito feliz por saber em que condições Murilo foi escolhido. Parabéns a todos! L

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima