Policial é condenado por extorsão; promotoria diz que deputado participou de crime

Defesa de Matheus Laiola nega irregularidades; policiais são acusados de pedir dinheiro para libertar funcionário de posto

A 4° Vara Criminal de Curitiba condenou nesta quarta-feira (1) a 15 anos de prisão e à perda do cargo público o policial Cassio Laércio de Almeida Silva, um dois quatro agentes da Polícia Civil envolvidos na operação Mônaco. Essa é a mesma investigação do Gaeco que investiga o deputado federal Matheus Laiola (União), denunciado pelo Ministério Público na semana passada por concussão, sequestro e cárcere privado.

A sentença divulgada nesta quarta foi dada contra um dos policiais que atuavam sob o comando de Laiola na época em que ele foi responsável pela Delegacia do Meio Ambiente, em Curitiba. O policial condenado era um dos acusados e participar de uma extorsão feita ao dono de uma rede de postos de gasolina da Região Metropolitana de Curitiba.

De acordo com a denúncia, em fevereiro de 2019, o então delegado Matheus Laiola e mais três policiais teriam pedido R$ 50 mil para livrar um funcionário preso em flagrante por supostas irregularidades ambientais do estabelecimento. Segundo os procuradores, não havia “elementos ou ordem judicial que justificassem a prisão” deste empregado. Após o pagamento de R$ 10 mil por parte do gerente da cadeia de postos de gasolina, os policias teriam solto o funcionário. Na denúncia apresentada, a vítima da extorsão disse que este não foi um episódio isolado “mas eram fatos reiterados naquela unidade policial, sendo notório seu modus operandi voltado à corrupção policial”.

A denúncia foi acolhida pela decisão da 4° Vara Criminal de Curitiba, que considerou suficientes os elementos produzidos pelo Ministério Público para proferir uma condenação. Porém, será necessário esperar o possível julgamento contra Laiola e os demais policiais para entender melhor a dinâmica dos fatos. Se a denúncia do MP for aceita pela Justiça, o processo contra o deputado Laiola será julgado pelo Tribunal de Justiça por conta do foro privilegiado garantido aos membros do Congresso Nacional.

A defesa do deputado Laiola sempre negou qualquer tipo de irregularidade e, por meio de uma nota produzida depois da apresentação da denúncia, afirmou “que os fatos apresentados pelo Ministério Publico não condizem com a realidade” e que no processo o deputado vai demonstrar sua inocência. A sentença proferida contra Cassio Laércio de Almeida Silva é de primeira instância, e dela cabe recurso.

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