Deputado Tito Barichello faz falsa operação policial e Polícia Civil diz investigar caso

Deputado estadual está afastado da polícia e não pode participar de operações, assim como sua esposa, que hoje é assessora parlamentar

A Corregedoria da Polícia Civil do Paraná anunciou que vai investigar uma falsa operação policial armada pelo deputado Tito Barichello (União), e por sua esposa, a assessora parlamentar Tatiana Guzella. O casal registrou nas redes sociais imagens de uma suposta atividade policial: segundo eles, na transmissão, se trataria do cumprimento de um mandado de prisão por uma tentativa de homicídio contra um advogado.

A “operação” no entanto era uma farsa. Tito Barichello está licenciado do cargo de delegado, e não pode exercer funções policiais; o mesmo ocorre com sua esposa, Tatiana Guzella, que preferiu deixar temporariamente a polícia para ser assessora no gabinete do deputado federal Felipe Francischini (União). Além disso, não havia mandado de prisão por homicídio tentado contra a pessoa que supostamente os dois estavam procurando.

A viatura em que ambos estavam no momento das filmagens também não é um carro oficial da polícia, e sim um veículo particular pintado de forma a parecer uma viatura policial. O próprio Tito Barichello, ao ser abordado mais tarde pelo programa Cidade Alerta, da RIC, teve de admitir que nem o colete usado por ele era da polícia – segundo ele, seria um “colete particular” onde está escrito DHPP (a sigla para Divisão de Homicídios e Proteção da Pessoa Humana).

Tito e a esposa, que eram ambos delegados de Homicídios, ficaram famosos pelas transmissões espalhafatosas de operações policiais. Autointitulado “delegado xerifão”, Tito se elegeu deputado em 2022 com a bandeira da repressão ao crime e vem atuando como parte importante da “bancada da bala” na Assembleia Legislativa. Tatiana, que embora seja assessora de um deputado federal está sempre em Curitiba, assumiu uma vaga no gabinete de Francischini e também deixou temporariamente a polícia.

A denúncia da operação foi feita pelo Cidade Alerta. O repórter Ricardo Wilches mostrou que o mandado contra a pessoa “procurada” pelo deputado dizia respeito a um descumprimento da Lei Maria da Penha. Entrevistado por Wilches, o advogado Claudio Dalledone, que representa o alvo do mandado, lembrou que nem mesmo é possível cumprir mandados de prisão à noite, como era o caso na suposta “operação”.

Entrevistado por Wilches, Barichello mudou completamente a versão apresentada pelo casal nas redes sociais, e que foi reproduzida pela TV Massa, do governador ratinho Jr. (PSD), onde Tatiana trabalha como comentarista. Disse que souberam pelo advogado, suposta vítima de uma ameaça de homicídio, do caso e decidiram ir até lá porque “não são covardes”. Mas afirmou que, caso encontrassem a pessoa “chamariam a polícia”.

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