Governo Ratinho anuncia venda de ações e Paraná perderá controle da Copel

Comunicação foi feita pelo Governo do Estado aos acionistas da empresa que é a principal fornecedora de energia elétrica do Paraná

Num novo passo rumo à privatização da Copel, o Governo do Paraná informou os acionistas da empresa nesta segunda (21) que irá transformar a empresa em companhia de capital disperso (sem acionista controlador) e reduzir sua participação acionária de 31% para, no mínimo, 15%. A comunicação foi enviada na manhã dessa segunda-feira. Na prática, isso significa a venda de parte significativa da empresa estatal que fornece energia elétrica na maior parte do estado.

O Governo do Paraná já havia anunciado estudos para desinvestimento na empresa logo após o primeiro turno das eleições de 2022 para governador, quando o atual ocupante do cargo, Ratinho Junior, foi reeleito. Esta é a maior tentativa de privatização da Copel desde o governo Jaime Lerner, há duas décadas.

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O novo anúncio confirma a intenção do governo paranaense de privatizar a companhia. O Governo de Ratinho já vendeu a Copel Telecom, subsidiária da Copel do setor de telecomunicações. E anunciou a venda de uma usina em Araucária. Agora o governo confirma a venda de parte de sua participação acionária na estatal.

Privatização

O comunicado informa também que o desinvestimento irá prever que nenhum acionista deverá deter mais de 10% do número de votos na Assembleia Geral da companhia. Esse limite se aplicará inclusive a acordos entre acionistas.

O Governo do Paraná também deverá manter o poder de veto a “deliberações da assembleia geral relacionadas às matérias de que trata este parágrafo e à autorização para os administradores aprovarem e executarem o Plano Anual de Investimentos da Copel Distribuição caso os investimentos, a partir deste ciclo tarifário, considerados prudentes pela Aneel, não atinjam, no mínimo, 2,0x da Quota de Reintegração Regulatória (QRR), daquele mesmo ciclo de Revisão Tarifária Ordinária e/ou, no acumulado, até o final da concessão”.

Tentativa de venda

No início dos anos 2000, depois da venda do Banestado, o governo Jaime Lerner chegou a fazer um processo para a privatização total da Copel. A alegação era de que a companhia não tinha mais como se manter competitiva. O processo chegou a ser aprovado na Assembleia Legislativa depois de muitos protestos, mas o leilão para a privatização da Copel acabou fracassando.

Nos últimos anos, o maior passo rumo à privatização da Copel foi a venda, já no governo Ratinho, da Copel Telecom, subsidiária responsável por serviços de Internet e fibra ótica.

Confira o comunicado na íntegra:

Sobre o/a autor/a

9 comentários em “Governo Ratinho anuncia venda de ações e Paraná perderá controle da Copel”

  1. Uma dúvida que fica.. Se realmente a Copel será privatizada, qual o sentido do governo estar investindo bilhões em algo que será entregue de mãos beijadas para a empresa que comprar. Quem paga essa conta somos nos. Depois de privatizada, serviço irá virar um lixo como aconteceu com a copel fibra. Acho que alguém está garantido o pé de meia até 10ª geração de sua família.

  2. Eu q ele quer vender pra ganhar o bônus da venda,q é de 10%,e ainda diz q se importa com o povo paranaense,a copel é do estado,mas quem vive no estado não tem direito,se é do estado é do povo,nós somos dono e não um governo q só pensa no bolso,porque q não abre a venda para o s trabalhadores podem comprar com o fundo de garantia,agora q está tudo pronto ele quer vender,ele não fez nada,agora é fácil , é só vender, é só colocar a mão no dinheiro.

  3. Ratinho Júnior quer destroçar o estado. Serviços terão piora e tarifas mais altas. Sem competição o mercado é quem manda e o mercado só quer lucro, nada mais. Triste fim para uma das empresas criadas por um outro governo que já foi sério.

  4. O apagão que teve no Piauí, foi por ser empresa privada que nem dinheiro tinha pra comprar o transformador que era nescessário para retomada da energia, agora imagine privatizar a Copel! Depois que acontecer não adianta vir reclamar de apagões, de taxa alta de energia, pq aí não vai ter ninguém para ser responsável. Vão falar que é o livre mercado, aí tem que se ferrar quem votou no ratão, quelé ainda quer privatizar os serviços das penitenciárias.

  5. Serviços essenciais (água, luz, esgoto…) não deveriam nem ter fins lucrativos!

    O pagamento da tarifa não deve ser para dar lucro a acionistas, mas para garantir a manutenção do serviço para toda população.

    Ao abrir mão do controle acionário, o governo do PR vai deixar o provimento de energia elétrica totalmente nas mãos do “mercado”.

    1. Rosiane Correia de Freitas

      Não existe concorrência de mercado nesses setores, portanto não dá pra argumentar que o mercado irá regular qualquer coisa aí, né? Obrigada pela audiência.

  6. Será que a sociedade paranaense terá a dignidade de defender um de seus patrimônios mais relevantes ou vai se acoelhar como sempre? Reaja Paraná, antes que o menino desocupado dilapide o que temos de tão importante e construido por poucos homens publicos, mas de grande valor.

  7. É privatização das escolas, da saúde, da Copel, Sanepar… A ratazana junior não atua como governador, mas como liquidante do estado do Paraná, entregando seus ativos mais valiosos para os milicianos da faria lima. E no caso da Copel, os ativos envolvem o LACTEC, parques eólicos no Nordeste, etc.

    Parabéns a todos que votaram na ratazana junior… #sqn

    Em 2000, a população paranaense conseguiu barrar a entrega da Copel. Será que terá a mesma coragem agora? Ou a lavagem cerebral neoliberal foi tão intensa que, no fundo, desejam isso mesmo?

    Estão preparados para aumento na tarifa e piora na prestação de serviços? Pois o que a privatização das empresas de energia elétrica brasileiras mostra é exatamente isso! Basta ver a CEEE-D, Enel, Amazonas Energia…

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