Pandemia e aplausos estiveram na ponta da língua dos vereadores em 21 e 22

Análise de discursos no plenário mostra os assuntos mais citados pelos vereadores da cidade em 2021 e 2022

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Durante o ano legislativo, às segundas, terças e quartas os 38 vereadores de Curitiba têm um compromisso importante: participar das sessões ordinárias da Casa das 9 ao meio-dia. São nessas sessões que são votados os projetos analisados no parlamentos, além dos debates mais importantes que ocupam os representantes da população da capital.

O Plural analisou as atas de todas as sessões realizadas em 2021 e 2022 para descobrir os termos mais presentes nas falas dos parlamentares. Como esperado, os termos pandemia, Covid e vacina/vacinação ocupam grande destaque, assim como saúde, citada 426 vezes em plenário. Afinal em 2021 a cidade enfrentou seus piores momentos na pandemia de Covid-19.

Mas outro termo, que não tem nada de urgente, esteve na ponta da língua dos parlamentares: aplausos, presente em 314 falas de vereadores. Como o Plural já noticiou, ocupa um espaço importante na rotina dos vereadores a apresentação de requerimentos para Aplausos e Congratulações a todo tipo de cidadão curitibano. Mas a maior parte dos homenageados são empresários e religiosos. A rotina de registrar foto e diploma de congratulações para pessoas da cidade sem critério nenhum se manteve firme mesmo durante a pandemia.

Os dados mostram que os aplausos estiveram mais presentes no Legislativo curitibano que a Educação, apesar da situação complexa que o setor enfrentou na pandemia e em 2022.

Outros termos importantes na agenda pública curitibana também mereceram menos atenção dos parlamentares: os servidores públicos foram citados apenas 160 vezes, muito embora estejam com os planos de carreira congelados e o debate sobre nossos planos esteja tramitando na Casa.

O transporte coletivo, alvo de inúmeros pedidos do prefeito para novos aportes de recursos, foi citado 157 vezes.

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Violência e segurança

Apesar de não figurar entre os assuntos mais populares no plenário, a Segurança Pública esteve presente constantemente nas discussões dos vereadores no período. Mas com um destaque. Na maior parte do tempo em que foi citada a palavra violência ela fazia referência a violência contra as mulheres ou violência política. Isso foi resultado de denúncias feitas pelas vereadoras contra atos violentos, como o caso da vereadora Carol Dartora (PT) e Noemia Rocha (MDB), ambas vítimas de agressões denunciadas em plenário.

A Casa também debateu um projeto de Lei do vereador Zezinho Sabará (União) que foi aprovado e instituiu o Dia Mundial de Combate ao Feminicídio. Além disso houve a cessão do horário do Grande Expediente à Procuradoria da Mulher da Câmara, liderada pela vereadora Maria Letícia (PV), para discutir o problema da violência contra a mulher.

Como resultado os termos mulher e mulheres foram citados 216 vezes na Casa.

Por outro lado, os termos negro/preto, racismo, afrodescendentes e outras palavras relacionadas a questão racial encontraram espaço em 174 momentos das sessões parlamentares. Como esperado, a abordagem do assunto foi liderada pelos vereadores negros Carol Dartora (PT) e Renato Freitas (PT).

Curiosamente, a análise encontrou apenas 16 citações ao presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva (PT) e outras 16 ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

racismo – 33

afrod – 15

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