Novo anuncia Deltan como candidato a prefeito. Mas, afinal, ele pode concorrer?

Procurador da Lava Jato perdeu mandato de deputado federal por ter burlado a Lei da Ficha Limpa, na interpretação do TSE

O Partido Novo anunciou a pré-candidatura de Deltan Dallagnol à Prefeitura de Curitiba de uma maneira curiosa: a notícia não foi dada em um evento público, nem em uma entrevista coletiva, mas sim por uma notificação extrajudicial para que um instituto de pesquisa inclua o ex-coordenador da Lava Jato num levantamento de intenção de votos.

Na nota enviada ao instituto, o diretório do Novo de Curitiba afirma que está formalizando a pré-candidatura de Deltan, e que portanto o nome dele deveria ser incluído junto com os dos demais pré-candidatos para que os eleitores digam se pretendem votar nele.

Ouça o Podcast: Por que Moro pode perder o mandato?

Deltan se elegeu com mais de 300 mil votos para deputado federal em 2022, no entanto acabou perdendo o mandato logo depois de tomar posse. O Tribunal Superior Eleitoral chegou à conclusão de que Deltan se desincompatibilizou da Procuradoria da República muitos meses antes do prazo legal para evitar ficar inelegível. O procurador era alvo de várias denúncias, e caso uma delas gerasse um procedimento administrativo, ele não poderia mais concorrer a deputado pela Lei da Ficha Limpa.

A interpretação de que Deltan tentou burlar a Lei da Ficha Limpa tem grandes probabilidades de impedir também sua candidatura a prefeito. Especialistas consultados pelo Plural dizem que é possível que o registro da candidatura seja aceito na primeira instância, mas caso algum concorrente recorra a Brasília, o TSE dificilmente deixará de confirmar sua interpretação anterior.

A ideia de Deltan, nessa hipótese, parece ser a de lançar a esposa, Fernanda, para a Prefeitura. Ela também se filiou ao Novo e está fazendo um curso para candidatos no RenovaBR.

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3 comentários em “Novo anuncia Deltan como candidato a prefeito. Mas, afinal, ele pode concorrer?”

  1. Robson Nunes Da Silva

    Tem meu voto. Ele ou a esposa. O TSE cometeu uma injustiça, no caso Deltan, que a sociedade precisa repudiar de algum modo. Isto aqui ainda não é, oficialmente, uma ditadura.

    1. Não, meu caro. O Deltan cometeu uma irregularidade. Ele, como ex-procurador, não pode se dar ao luxo de dizer que não sabia. Mais do que isso, a Justiça Eleitoral entendeu que ele tentou escapar da punição. A lei é para todos.
      Obrigada pela audiência.
      Rosiane

  2. Judite Gazzoni Pedro

    Só expulso foi pouco,Deveriam ter prendido o policial e teria que responder processo. Afinal tortura é crime hediondo mesmo quando o sujeito é bandido.

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