Campanha de Moro aposta na luta à corrupção, mas seu partido tem candidatos investigados

União Brasil lança Nelson Justus, célebre por investigação na Assembleia, e delegado suspeito de cobrar propina

As primeiras semanas de pré-campanha eleitoral já deixaram claro que o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) vai bater na tecla do combate à corrupção para tentar se eleger ao Senado.

Na convenção do partido, que nesta terça-feira (2) oficializou sua candidatura a senador, o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro afirmou que defenderá “integridade e honestidade na política”. O discurso, porém, contrasta com o fato de seu partido ter vários pré-candidatos sob investigação, inclusive por crimes de corrupção.

“Defendemos acima de tudo a integridade e a honestidade na política e o combate à corrupção. O União Brasil tem uma conduta, uma pauta de princípios aqui no Paraná. Recebemos noticias de um vereador de Apucarana que está sendo investigado por um crime grave de pedofilia. Vamos tomar as providencias necessárias inclusive para expulsá-lo. Não passaremos pano porque aqui é uma nova política”, afirmou Sergio Moro.

Apesar das palavras do ex-juiz da operação Lava Jato, diversos pré-candidatos do União Brasil enfrentam problemas na Justiça. Um deles é o pré-candidato a deputado federal Matheus Laiola, chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba. O delegado foi alvo de um mandado de busca e apreensão do Gaeco, que investiga a cobrança de propinas na delegacia. O grupo teria exigido dinheiro do dono de um posto de gasolina para que não fosse multado por crimes ambientais.

Laiola rejeita as acusações: “A gente não tem nenhum tipo de condenação e a investigação está no inicio. Então eu não vejo problema algum. A gente não tem nenhuma proibição legal”, afirmou ao Plural.

Outros candidatos do União Brasil também tiveram problemas com a Justiça no passado. Em 2015, o atual candidato a deputado estadual Nelson Justus foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por crime de improbidade administrativa, mas, em junho de 2020, a Justiça julgou improcedente a ação contra o deputado.

Plauto Miró também deve tentar a reeleição a deputado estadual, porém, uma reportagem da Globo mostrou que o político estaria ligado à Surubim Participações Ltda, uma empresa de tratamento de lixo que poderia se beneficiar da lei recém-aprovada, e depois revogada, pela Assembleia Legislativa que autoriza o Paraná a receber lixo de outros estados.

Na convenção esteve presente também o blogueiro Osvaldo Eustáquio, que em 2020 foi presos na operação Lume da Policia Federal que investiga o financiamento e a organização de atos antidemocráticos.

Apoio a Bolsonaro?

Com o União Brasil aliado ao PSD do governador Ratinho Jr, Sergio Moro descartou qualquer possibilidade de apoio ao Partido dos Trabalhadores, seja na eleição estadual – onde o PT concorre com Roberto Requião -, seja na disputa presidencial, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta o terceiro mandado.

“Não existe hipótese nenhuma do União Brasil estar ao lado do PT. Essa é uma fake news de gente que tem medo de nos enfrentar nas urnas com integridade e falando a verdade”, disse o ex-juiz.

Quanto ao possível apoio ao presidente Bolsonaro, Moro preferiu postergar a decisão. “Vamos pensar sobre o segundo turno quando o segundo turno chegar”, declarou.

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1 comentário em “Campanha de Moro aposta na luta à corrupção, mas seu partido tem candidatos investigados”

  1. Nelson Justus é réu no Tribunal de Justiça pelas acusações envolvendo o escândalo Diários Secretos. Tem vários condenados, inclusive o ex-chefe de gabinete, Sergio Roberto Monteiro, condenado em segunda instância agora em 2022. Jornalista desinformado ou é cabo eleitoral do Nelson?

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