A deputada estadual Mabel Canto (PSDB) protocolou um requerimento na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) pedindo alteração do expediente em dias de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo feminina, que acontece entre os dias 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia.
A Seleção Brasileira já está reunida e treina na Austrália. Os jogos da primeira fase acontecem contra as seleções do Panamá, França e Jamaica, nos dias 24 e 29 de julho e no dia 2 de agosto, respectivamente. Os horários das partidas são 8h (estreia) e 7h (demais jogos).
O documento enviado ao presidente Ademar Traiano (PSD) diz que “solicita-se a postergação do início do horário do expediente de modo que todos (…) possam prestigiar nossa Seleção Feminina de Futebol, da mesma forma que é comumente feito quando dos jogos da Seleção Masculina de Futebol”.
Durante a competição os deputados estarão em recesso parlamentar, porém os servidores mantêm o expediente. “Como líder da bancada feminina eu recebi vários questionamentos sobre a Copa do Mundo e é nosso papel colocar essa bandeira da igualdade e incentivar também a Seleção Feminina”, destacou ao Plural a parlamentar.
Machismo
O requerimento deve ser deferido pela presidência da Casa, no entanto, a autora do documento sofreu ataques nas redes sociais depois de encaminhar o documento. “Muitos homens, pessoas do esporte, que deveriam incentivar. Aí vemos como o machismo está enraizado mesmo. Alguns me dizendo para ir trabalhar”, lamentou a deputada.
Na Copa do Mundo masculina, a seleção jogou em horários mais tarde do que ocorre na competição feminina agora. “Se você olharmos os horários dos jogos o expediente fica menos prejudicado do que foi na Copa masculina porque dois jogos começam bem cedo e outro é no fim de semana”, argumenta.
Já governo do estado até agora não há nenhum decreto alterando o horário de expediente em virtude da competição, diferente do que o ocorreu durante a Copa do Mundo masculina.
Sobre o/a autor/a
Deputada, nem sei lhe dizer se isso é somente machismo consciente. Penso que até se fosse produção de uma maldade consciente, leis combateriam. Penso ser algo muito maior que supera o ‘querer fazer voluntário’. Como homem, luto a cada segundo comigo mesmo. Batalha épica pelo bem do resoeito. Penso que são manifestações pertencentes ao psíquico-estrutural, arraigadas na alma do homem machista. Tenho duas moças e temo. A luta será épica e longa, presumo.