Corpus Christi de Curitiba levou R$ 1,6 mi em recursos públicos desde 2019

Recursos para a festa saltaram de R$ 10 mil em 2018 para um recorde de R$ 425 mil em 2022

Comemorado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) como o “maior celebração de Corpus Christi” do mundo, a data teve não só apoio, como investimento financeiro da prefeitura. Desde 2019, foram R$ 1,63 milhão em recursos reservados por emendas parlamentares para o evento. Só em 2023, foram R$ 375 mil carimbados por uma emenda coletiva (assinada por diversos vereadores) mais uma emenda individual do vereador Leonidas Dias (Solidariedade).

As emendas parlamentares são recursos do orçamento da cidade que os vereadores destinam de acordo com seus interesses. Atualmente cada vereador tem R$ 1 milhão para aplicar por conta própria.

Dados da própria Câmara de Curitiba mostram que no orçamento de 2018 havia apenas R$ 10 mil destinados a festa através de emenda do vereador Marcos Vieira (PDT). No ano seguinte, uma emenda coletiva aumentou o valor para R$ 267 mil. Em 2020, as emendas em prol da festa chegaram a R$ 420 mil.

Nem a Câmara nem a prefeitura disponibilizam dados sobre a execução das emendas, portanto não há informações sobre a aplicação dos recursos. Como a lei orçamentária é votada no ano anterior, os R$ 420 foram aprovados antes da pandemia de Covid-19, que começou oficialmente em março de 2020.

Em 2021, já com a pandemia em andamento, os vereadores aprovaram R$ 140 mil para o tapete de Corpus Christi. No ano seguinte o evento recebeu o maior valor do período: R$ 425 mil.

Os recursos das emendas são destinados à Mitra da Arquidiocese de Curitiba via Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e paga principalmente a estrutura do evento, com locação de tendas, banheiros portáteis e geradores. Apesar disso, o evento não consta entre os divulgados no site da Fundação.

Sobre o/a autor/a

3 comentários em “Corpus Christi de Curitiba levou R$ 1,6 mi em recursos públicos desde 2019”

  1. Edilma, a indignação com o Greca e esses vereadores que só chancelam esses absurdos, só aumenta, exponencialmente, quando se sabe que a prefeitura deixa de destinar recursos para a educação:
    alunos carentes de escolas periféricas não receberam, este ano, material escolar básico _ lápis, canetas, cadernos, etc _ que foram providos pela solidariedade da comunidade e o trabalho aguerrido e incansável do Pe. Parron, da paróquia da Vila Torres.
    Deixo o registro dessa campanha fundamental
    “SOS Combate à Fome” capitaneada por @padreparron

  2. A laicidade do Estado está cada vez mais esquecida. Usar recursos públicos para financiar qualquer tipo de manifestação religiosa deveria ser motivo para cassar mandatos. Não sigo nenhuma religião e não concordo que recursos dos meus impostos sejam usados para isso!

    1. Indalécio Madruga

      A primeira medida deveria ser a revogação de TODOS os feriados religiosos do país, a começar pelo Natal, passando por Sexta-feira Santa, Corpus Christi, Nossa Senhora Aparecida e Dia de Finados. Depois, retirar todos os símbolos religiosos de prédios públicos. Por último, trocar todos os nomes de logradouros públicos, municípios e estados que tenham viés religioso. Avenida Nossa Senhora da Luz, por exemplo, poderia ser apenas avenida da Luz. São Paulo se tornaria apenas Paulo (homenageando Maluf), Santa Catarina seria somente Catarina (homenageando a personagem de Adriana Esteves na novela O Cravo e a Rosa). Para Espírito Santo e Salvador, teríamos que pensar em outro nome. E por aí vai. Só assim, teremos um estado verdadeiramente laico no Brasil, cara Edilma.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima