Apenas 26 deputados do PR se manifestaram sobre atos terroristas em Brasília

Até a tarde desta segunda-feira, 28 parlamentares se mantiveram em silêncio

Mais da metade dos deputados estaduais do Paraná não se manifestou a respeito do atentado às instituições brasileiras no último domingo (8). Apenas 26 dos 54 parlamentares repudiaram os ataques e depredações ao Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso, em Brasília.

Em Curitiba, silêncio e cobrança marcaram reação dos vereadores da cidade. Dos parlamentares que compõe a Câmara Municipal, 20 não se pronunciaram.

A deputada Ana Júlia, do PT, fez diversos posts nas redes sociais desde a tarde de domingo (8), quando o grupo de bolsonaristas começou a movimentação até a Praça dos Três Poderes. Às 16h45, escreveu: “O que está acontecendo no DF é absurdo! Ato antidemocrático que não aceita o resultado da eleição. É golpismo.”

Ana Júlia também compartilhou posts de outras figuras públicas repudiando os atos e lembrou do protesto em defesa da democracia nesta segunda (9), em Curitiba.

Anibelli Neto, do MDB, escreveu que “é inadmissível os atos de vandalismo” e que “precisamos restabelecer a paz em nosso país, o respeito à democracia e, para aqueles que arquitetaram tudo isso, a devida punição!”

Arilson Chiorato, deputado e presidente do PT no Paraná, fez diversas publicações no Twitter. Em uma delas disse: “Essa invasão ao Congresso, Palácio do Planalto e STF é atentado à democracia e uma tentativa de Golpe!”

Além disso, Chiorato divulgou o canal de denúncias criado pelo partido para identificar os paranaenses que participaram dos atos violentos em Brasília. Até o momento, foram mais de 1 mil denúncias recebidas pela legenda.

Luciana Rafagnin, também do PT, postou uma nota de repúdio e pediu pela punição dos responsáveis.

Denian Couto, do Podemos, Do Carmo, do União Brasil, Mabel Canto, do PSDB, e Matheus Vermelho, do PP, repudiaram os ataques e criticaram a violência empregada pelos bolsonaristas.

Alexandre Amaro, do Republicanos, apenas republicou um post do Deputado Federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) condenando o vandalismo da manifestação. Por meio dos stories do Instagram, Mauro Moraes e Thiago Bührer, ambos do União Brasil, repudiaram os atos e pediram pela punição do vandalismo. 

Também do Republicanos, a deputada Cantora Mara Lima disse que apesar de toda manifestação pacífica ser legítima, atos de violência, invasão de propriedade privada ou pública é crime. “O grito do povo deve ser dado e ninguém pode impedir aquilo que o Constituinte de 1988 não proibiu. Esse grito está sendo dado por uma boa parcela da população porem não aceitamos nem um ato criminoso e deve ser combatido dentro das quatro linhas da constituição”, escreveu no Instagram.

Posicionamento semelhante foi compartilhado por Cloara Pinheiro, do PSD, que afirmou que protestar de forma pacífica e legítima é direito da população, mas que “de forma alguma podemos compactuar com a destruição dos prédios públicos e ameaças aos agentes de segurança”.

O deputado Dr. Antenor, do PT, publicou um áudio e afirmou ser “inaceitável” o que aconteceu. “O Brasil não pode brincar com a democracia, se não houver respeito às instituições. E se não houver respeito os responsáveis precisam ser punidos!”

Fabio Oliveira, do Podemos, compartilhou um vídeo dos ataques e escreveu que todos têm direito de protestar, discordar e ter opiniões diferentes, “mas a partir do momento que esse direito fere, vandaliza e destrói o patrimônio público, todos nós perdemos”. Oliveira também usou o espaço para acusar o STF e o Executivo de cometerem “muitas falhas e excessos” que, segundo o parlamentar, teriam incentivado o “descontentamento” da população. 

Gilson De Souza, do PL, disse, pelo Instagram, que o respeito deve pautar as ações e decisões da população. “Somos livres para protestar e manifestar nossas opiniões, mas sem jamais perder o respeito pelas pessoas e instituições. Com violência e depredação não vamos conseguir mudar a nossa sociedade”, disse.

O deputado estadual Goura (PDT) se manifestou várias vezes nas redes sociais pedindo punição dos responsáveis pela depredação e financiadores dos ataques. Goura também pediu pela desmobilização dos movimentos golpistas em frente aos quartéis de Curitiba e outras cidades paranaenses. 

Do PSD, o deputado Hussein Bakri compartilhou a nota de repúdio do Governo do Estado e escreveu que lamenta profundamente o ocorrido em Brasília e que atos como esse são inadmissíveis em uma democracia. 

Em um vídeo, Marcelo Rangel, do PSD, condenou a invasão à sede dos Poderes em Brasília e afirmou que, com o uso de violência e do vandalismo “se perde qualquer discussão”. Na gravação, o parlamentar defendeu a liberdade de se expressar pacificamente. “Estou extremamente triste, o Brasil não merecia isso.”

Do PT, o deputado Professor Lemos afirmou que as cenas de terrorismo são inadmissíveis e lamentáveis, e que esse absurdo “não será tolerado”. “A democracia venceu e será mantida.”

O parlamentar também divulgou os atos que ocorrem em todo o país e o canal de denúncias criado pelo Partido dos Trabalhadores. 

Renato Freitas, também do PT, criticou a falta de ação da polícia nos atos em Brasília em comparação à resposta violenta da instituição a outras manifestações, como de professores e atos anti racistas.

Requião Filho, do PT, fez diversas postagens pedindo ações efetivas do governador do Estado Ratinho Jr. (PSD) pela desmonte dos acampamentos bolsonaristas em frente aos quartéis e, sobre os ataques de domingo, afirmou que o “Brasil precisa amadurecer urgentemente”.

Luiz Claudio Romanelli, do PSD, disse que a ação do grupo estava anunciada há pelo menos três dias e que é preciso defender a democracia brasileira.

Em um post no Instagram, Márcia Huçulak, também do PSD, disse: “Para se construir uma sociedade desenvolvida e justa para todos, onde as diferenças não são motivo de qualquer constrangimento, e todos têm garantidos os seus direitos, não será possível com atos como os que assistimos hoje. Democracia pressupõe respeito às leis do país, a outra opção é a barbárie.”

Para Tercilio Turini, do PSD, “é inaceitável” o que ocorreu em Brasília. “A eleição acabou e as tentativas de subverter a ordem à força colocam o Brasil em risco. Felizmente a normalidade parece ter sido restabelecida na Capital Federal, mas os estragos da imagem do País no cenário internacional são perigosos. O momento é de garantir segurança jurídica e de reconstruir o Brasil sem turbulências.”

Por fim, o deputado e atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alep), Ademar Traiano, do PSD, disse que protestos e atos pacíficos são legítimos e fazem parte da democracia, mas “não podemos aceitar a violência, a invasão de prédios públicos, o vandalismo e a depredação. Atentar contra a ordem constitucional não faz parte da cidadania.”

Deputados que não se pronunciaram

  1. Adao Fernandes Litro (PSD); 
  2. Alexandre Curi (PSD); 
  3. Alisson Wandscheer (Pros); 
  4. Artagão Júnior (PSD); 
  5. Batatinha (MDB); 
  6. César Mello (PP); 
  7. Cobra Repórter (PSD); 
  8. Cristina Silvestri (PSDB); 
  9. Delegado Jacovos (PL); 
  10. Delegado Tito Barichello (União Brasil);
  11. Douglas Fabricio (Cidadania); 
  12. Evandro Araujo (PSD); 
  13. Flavia Francischini (União Brasil); 
  14. Gilberto Ribeiro (PL); 
  15. Gugu Bueno (PSD);
  16. Luis Corti (PSB); 
  17. Luiz Fernando Guerra (União Brasil); 
  18. Marcel Micheletto (PL); 
  19. Marcio Nunes (PSD); 
  20. Marcio Pacheco (Republicanos); 
  21. Maria Victoria (PP); 
  22. Marli Paulino (SD); 
  23. Ney Leprevost (União Brasil);
  24. Paulo Gomes Da Tv (PP); 
  25. Ricardo Arruda (PL); 
  26. Samuel Dantas (Pros); 
  27. Soldado Adriano José (PP)*;
  28. Tiago Amaral (PSD).

*Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Soldado Adriano José, do PP, publicou um trecho de uma reportagem da CNN Brasil com a legenda: “Manifestantes contra o governo Lula furaram o bloqueio e invadiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na tarde deste domingo”.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima