Apadrinhado por Lupion, acusado de pedir propina por vacina é servidor do PR e cresceu no governo Cida

Lupion diz ter indicado o servidor para o então ministro Mandetta

Roberto Ferreira Dias, diretor do Ministério da Saúde acusado de pedir propina de um dólar por cada dose de vacina negociada com um vendedor ligado ao grupo Davati Medical , é servidor concursado da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) desde 2012. Desde sua admissão até junho de 2018, pouco após Cida Borghetti (PP) assumir o governo, sua carreira seguiu vinculada à Cohapar, onde foi assessor, superintendente e diretor interino por 20 dias.

Sua carreira ganhou novos rumos quando Cida Borghetti, esposa de Ricardo Barros (PP), indicou o ex-deputado Aberlado Lupion (DEM), então presidente da Cohapar, para o cargo de Secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná. Lupion levou Dias para a SEIL e deu a ele um cargo comissionado no valor de R$ 12 mil.

Logo no início de 2019, quando Bolsonaro assumiu a presidência da República e Ratinho Jr. o governo do Paraná, Lupion trocou Curitiba por Brasília e foi trabalhar com o então ministro da Casa Civil, seu colega de partido Onyx Lorenzoni. Influente, especialmente no início do governo, quando Lorenzoni tinha mais poder e Davi Alcolumbre presidia o Senado Federal, Lupion indicou Dias para o também colega de DEM, Luiz Henrique Mandetta, então ministro do Saúde. Dias, então foi cedido pela Cohapar ao Ministério.

Questionado pelo Plural sobre a indicação, Lupion encaminhou trechos de respostas que concedeu em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. “O Roberto Dias tem uma formação excepcional. Duvido que ele tenha feito o que estão
falando”, afirmou.

Lupion destacou também a boa relação de dias com os políticos. “Depois que saí, óbvio que muita gente quis ficar padrinho do Roberto. Ele lidava bem com a classe política”, disse.

Curiosamente, o mesmo trecho da reportagem da Folha encaminhado por Lupion ao Plural está sendo distribuído por Ricardo Barros à imprensa, nesta terça-feira (30). O líder do governo Bolsonaro usa as falas de Lupion para se afastar da responsabilidade pela indicação de Dias.

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